Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
Suspiros e Murmúrios
terça-feira, 19 de dezembro de 2023
O Caminho É O Caminhar
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
Procurando a Efémera Beleza
quarta-feira, 6 de dezembro de 2023
Efemeridade Transcendente
Numa jornada para as estrelas, para o infinito,
As razões para o seu sorriso, sobre o seu vestir
Constelações tal princesa de um céu bonito,
Roupas feitas de areia que a maré teima em esconder,
Enquanto estendo a mão para o firmamento indagar,
Olhando por pinturas de vidro escurecido, manuscrever
Quem disse "adeus" ao se ouvir "olá" num suspirar,
E o Verão foi partindo e o seu calor foi esmorecendo,
A multidão para casa foi procurando um lugar quente,
Num tempo sem resposta, numa noite que escurecendo
Se vai procurando no amanhecer e na sua divina beleza,
Condecorado seu beijo súbito, as cores sem fim e a gente
Que se esconde entre as pedras da calçada e na sua delicadeza.
Ecos na Eternidade: A Busca
Ruído e silêncio nestes braços ao Sol estendidos,
Este apego ansioso, outra forma de terna monção,
Nó na garganta e no estômago, dor nos sentidos,
É preciso ir, mas como ir se a passagem está fechada?
A vertigem do coração é real, é precipício e falésia,
Olhando para dentro, seta de Cupido então quebrada,
O sono entre o tempo e o espaço, da insónia à amnésia,
Abreviado em Vida, sedento por ser na eternidade,
A libertação do coração por si próprio algemado, o ar,
Sustenho o fôlego, esta é sim a minha única verdade,
Nasci para amar magia, toda a sua maravilha conhecer,
Nasci para amar ninguém, ninguém para me amar,
Não quero morrer jovem, pretendo para sempre viver!
terça-feira, 5 de dezembro de 2023
O Canto da Desilusão
segunda-feira, 4 de dezembro de 2023
Estórias na Algibeira do Tempo
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
Cicatrizes Duradouras
Entre as margens e marés, a insegurança da respiração,
É a razão para a cedência, para a gaiola da debutante,
Este fado da não pertença é um cântico para a desilusão,
Os murmúrios entre dentes rangidos, venha o restante,
Pois anseio por beijos eternos apesar da sua efemeridade,
O desgaste da alma, os sonhos enterrados em vala comum,
É esta imanência que condena o vulto desta nebulosidade
Preenche de cicatrizes estas feridas delicadas, sou mais um,
Vamos indo no trilho, almejando a chegada, sem ser em partida,
Não percebes que fui capturado pelas linhas dessa beldade,
Entendei que entre essas margens e marés fiz toda uma vida,
Esta odisseia melancólica provém de um coração quebrado,
A natureza reflectiva do poema é indelével em curiosidade,
Então quando morrer, enviem flores bonitas ao meu cuidado.
Voo Interrompido
Linhas definidas nas plumas destas asas quebradas,
Por onde outrora esvoaçamos vou e latejo ofegante
Por onde vamos percorro com veias ensanguentadas,
Estado de mente onde nem sequer basta o bastante,
Olhar cansado, alma conturbada, falta-me o restante,
Escavado o buraco onde fiz ninho com estas unhas,
Estas paredes tornam-se numa cinza gaiola do adiante,
Delicadas feridas são as trazidas ao olhar das testemunhas
Que me vão apontando o dedo, acenando a mão ao caixão,
Uma vida ligada a um fado não nosso, vai-se o sonhado,
A não pertença é a sentença desta ânsia e preocupação,
O que me carece, o que me escasseia para além do almejado,
A droga da esperança, a agulha da crença bate no coração
E eu, entre margens, sou deixado à maré e o seu cuidado.
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
Há Que Partir Para Conseguir Chegar
terça-feira, 21 de novembro de 2023
Primavera dos Sentidos
Numa moldura escrevemos o som de uma canção,
Em papel pintado a esdrúxulas, num doce suspiro,
Entrelaçados, o seu corpo, os meus braços, um coração,
E vem a aurora, ofegantes nos damos em apartado retiro,
Vestígios de perfume por um beijo encantado deixados,
É o labirinto inefável de um silêncio que vai perdurando,
Resplandecente, no olhar brilhante por uma brisa afagados,
Há flores no seu sorriso e por onde formos enfim caminhando,
Encanto, calma e harmonia, para trás vai ficando a preocupação,
É um reflexo de refractado, é equivocado é comboio sem estação,
Anseio a silhueta que é sombra e vulto na noite e sua passagem,
Chegada enfim e finalmente a terna primavera e a sua paisagem,
Nunca esquecerei de que há vislumbres de nós em nossos lugares,
Divagados ao esmo da poesia, debaixo do Sol e dos nossos madrugares.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
Aprendizes na Arte do Amor
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
Parece
Parece que levemente a palavra da página foi virada,
Não regressou enfim aquele beijo outrora retornado,
E eu fiquei triste e apeado no meio da cinza estrada,
Sem sítio para ir ou ficar, tão perdido e transtornado,
Parece que lentamente foi o dom da expressão escondido,
Num momento lúgubre detido pela falta de um coração,
Encalhado na nostalgia do passado, a quimera ferida
É sonho sonhado feito de estrelas, feito de oração,
Parece que sou homem realizado somente por metade,
De garganta seca com sede por um tempo sempre vindoiro
Que aparenta não vir e que despoleta toda esta saudade,
Parece que o comboio veio e já foi, e eu nem na estação,
Sem chegada ou partida, neste caixão acabado em oiro,
Eu sou só mais um poeta, esta é a minha bênção e maldição.
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Infinita Monção
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Melancolia Outonal
Estes passeios repletos de folhas caídas em noites contadas,
Devagar inundam as artérias inóspitas, as ruelas sem lugar,
Parecem mais longas do que são, contêm outras passadas,
E sobre a terra húmida sinto-a a descer, quase a solavancar,
É a melancolia própria do Outono, de uma quase não estação,
Entre lábios murmúrios de palavras há muito tempo silentes,
Onde nos perdemos dentre o trilho, perdemos o nosso vagão,
E nos preenchemos em restos de chuva num abraço latente,
Embalo a enxurrada como se ela fosse uma filha, um familiar,
E parece nunca acabar, mesmo quando a pouso neste chão,
A sombra que vem e vai da qual pareço não conseguir escapar,
O espaço que vai daqui ao horizonte, o pulsar deste coração,
Que bate, como não, a dançar e com o aguaceiro a se enrolar
Basta-me ficar, só mais um instante e estarei pronto para o caixão.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Jornada do Homem em Busca de Si Mesmo
Para um sítio solitário para onde vão os perdidos,
Independentemente do momento ou sequer da hora,
Abrirei um sepulcro para sepultar os em batalha feridos,
Quem haverá que me defenda ou, em boa fé, resguarde?
Num doce e gentil gesto de imaculada e delicada brancura,
Quando vier a tarde, quem haverá que no seu peito me guarde
Ou diga por belas palavras o quão foi muito nobre a aventura?
Pois por vezes perco a formosura, a vontade de ir e ser adiante,
O crente perde a crença, o olhar bem focado no seu horizonte,
Mesmo quando esse horizonte não aparenta ser tão distante,
Apesar do medo do escuro quando sol nem sequer é soalheiro,
Procuro a fé, procuro a força para, sem temer, passar a ponte,
Lá no fundo dói, e por dentro me rói, esta busca do homem inteiro!
Tão Longe, Tão Perto: O Lar do Coração
E ela pode-me dar a mão, pode-me ensinar a amar,
Supondo que o tempo passa e não volta para trás,
Sabendo que por vezes é difícil passar por horas más,
E tenho saudades de tocar singelamente no seu rosto,
Andarmos de mão dada e no seu ombro sentir o recosto
De uma alma concedida a um amanhã ainda por ter vinda,
Relembro e celebro o seu semblante numa só moção ainda,
Mesmo quando não durmo e os maus pensamentos afloram,
O meu coração bate mais forte a pensar nela, a si se decoram,
Ensinam-me que podemos ser maiores do que o que existe na Vida,
Vejo-a e num frondoso retoque então sei que ela é a minha querida,
Por um sonho beijado que um dia espero que seja enfim realizado,
Trago-te na algibeira do peito, perto de mim e do que tenho sonhado.
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
Quem Tem Terra
Pergunto se haverá porções que poderei levar no caixão,
Enquanto vou retendo a terra da passagem do momento,
Lembro-vos, suponho que o passado tem sido por estação,
E estas mãos têm criado logo tenho sido Deus na terra,
Que vem e me enterra, cada vez mais profundamente,
E cada fragmento que inalo torna paz o que era guerra,
A aceitação do sonho de outrora e vindouro faz o crente,
Entrementes, recordo as asas no limbo entretanto perdidas,
A busca incessante por significado, por sítio, por lugar e lar,
Sentir tantas vezes estas estocadas pelo tempo investidas,
Tantas vezes que por vezes até desconhecia onde ficar,
Por isso passava além do que eram as margens queridas,
Fazendo por esquecer o que era permitir ser ou mesmo amar.
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Sonho Matinal
Que me faz o coração saltitar sempre tão ofegante,
Olhá-la nos olhos, permitir ser osculado só por ela,
E nesse momento em que tudo parece menos distante,
Aguardar as suas pálpebras abrirem para este mundo,
Naquele instante abençoado por dois olhares atentos,
Sacudir de seus lábios o tom do silêncio mais profundo,
Entrar com a luz pelas janelas tal o renascer de rebentos
Que florescem libertos numa somente sua doce cantiga,
Numa melodia soalheira, revelando assim o seu despertar,
As brisas passageiras, o vento refrescante e a manhã amiga,
Escancarar a porta e permitir o som dos encontros reentrar,
Deixar o pássaro azul encantar numa canção que nos bendiga,
Sim, de entre todos estes sonhos tidos posso ainda estar a sonhar.
quarta-feira, 18 de outubro de 2023
A Queda de Uma Folha de Outono
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Esperança e Ciclo da Vida
Reavivemos a imensidão do homem outrora morto,
Preenchendo o vazio com memórias e esperanças,
Navegando e trazendo a maré enfim a bom porto,
Esperando por boas sinas, bom fado e bonanças,
Trago areia entre os pulsos, entre a palma da mão,
Os segundos que fui, as sombras no que é destinado,
Ao destino, não a chegada, o bater atento do coração,
A vontade de ir além do e pelo horizonte açambarcado,
Há crianças brincando entre a face de um velho enrugado,
Encharcado por momentos, ensoleirado por aceitação,
Tentando ser um homem melhor por cada seu bocado,
Cativando com ênfase num beijo pelo Universo libertado,
Por cada queda da folha, por cada passar de cada estação,
Almejando de que pelo menos cada Amor tenhamos amado.
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
A Vida é o Que Acontece Nas Encruzilhadas
Há suspiros a aguardar a sua altura para serem libertados,
Marinheiros naufragados abaixo de cruzes em cruzamentos,
Guiam-me as falésias do coração, esses instantes eclipsados,
Por onde as sirenes são o pelejo escurecendo destes momentos,
Se apanhar as fagulhas nas palmas das mãos, tudo melhora,
Estas avenidas são para os mortos que a mim antecederam,
Ao longo do tempo tenho sido só o passageiro da fugaz hora?
O segundo entre muitos, o sono acordado nos que remeteram
Os seus sonhos ao zénite mais alto, à noite de magia encostado,
Promessas sussurradas, suas mãos nas minhas, por fim em paz,
Paz para este olhar triste, para esta ânsia louca, o ser encurralado,
Por isso albergo as estrelas nestas lágrimas, as gotas dos mares
São pertença, sentença para a passagem das horas que o vento traz,
Vindoiro o para sempre, trocarei esta alma se tu por enquanto ficares.
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
A Seta Quebrada
sábado, 7 de outubro de 2023
Árvore dos Sonhos
quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Entre Dois Corações Através do Tempo e da Distância
E a sua mão na minha atravessam o lesto oceano,
Onde se aventuraram alguns marinheiros encalhados,
Por onde fomos adiante perante as ondas e o insano,
Nostalgia do que passou e dos instantes ainda por vir,
Saudade de momentos em que em um nos fundíamos,
Num terno e eterno sonho sonhado a chorar ou sorrir,
Contornados a corações de papel, onde belos urdíamos
Firmamentos repletos de estrelas entre horizontes distantes,
Apesar da distância, trago o seu coração neste coração,
Ondulando de onda em onda em doces beijos mareantes,
Trago-a no espaço que corre atrás do tempo, nestes ventos
Que afastam e unem duas almas solitárias juntas pelo vagão
De uma Vida e seus caminhares e seu inabituais cruzamentos.
segunda-feira, 25 de setembro de 2023
Até o Amor Dói
quinta-feira, 21 de setembro de 2023
Beijo Dado no Pavimento
quarta-feira, 13 de setembro de 2023
E Esmorece-me o Chão
Respiro restos de ar de um sítio sem pertença,
Agora que dois se afastam do bater do coração,
Baixo o olhar, esmorece o ânimo, vem a sentença
Onde sou juiz, júri e carrasco de um olhar penante,
Bebo da fonte desta sede e esta água é estagnante,
A morte do sonho, o largar da mão, a cair das encostas,
E falta-me corrimão tal é a ausência de um porto de abrigo,
É óbito da quimera, as mentiras adjacentes, a bater no fundo,
Transformando Éden no Inferno, de amor sou ainda mendigo,
E estou cansado de não dormir, este é um dia moribundo,
De que me serve sonhar se depois acordo? É este perigo
De amar de que ninguém fala, a dor de acabar em segundo.
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
Em Busca do Lar Interior
Nos olhos trago o mar, um oceano e um deserto,
A ti, envolvida por lençóis, pela brisa envolvente,
Vou ouvindo o trautear do relógio sempre incerto,
Porém, desta vez, nesse tiquetaque há algo diferente,
Parece bater mais próximo do ventrículo esquerdo,
Permitindo o sonho erguer-se para lá deste horizonte,
E sentindo na sua plenitude e ser na ausência do medo,
O deixar de ter sede da própria sede, enfim beber da fonte!
Para trás um Inverno longo por gerações e épocas contado,
Entre lembranças difundidas por um eco entretanto disperso,
Esta é a ilusão de um tempo retornado finalmente em passado,
Essas sombras dançando nas paredes serão vultos na madrugada,
Alcançando o zénite, as roupas usadas deixam de servir, e eu absterso,
Procuro o sítio para chamar de Lar, deixar por fim de ser servente da estrada.
Reflexões Efémeras e Transcendentes
O silêncio destas palavras traz-me serenidade,
É efémero pensar que para sempre aqui estarei,
Será que deixarei aqui uma marca na eternidade,
Algum vestígio regular daquilo que fui ou serei?
A luminosidade que ao peito é brisa então trazida,
É um subtil beijo na aurora, sussurro na alvorada,
Lamparina entre a escuridão crepuscular aduzida,
Por vezes, sou os ecos entoados através da estrada,
Aconchegado no sonho, há ternura e esta encantação,
O céu fica mais estrelado, é a serenata aos sentidos,
E neste espelho vejo finalmente esta minha reflexão,
Esta é a altura para nos erguermos da silente sepultura,
Tomarmos novamente as rédeas destes fados enaltecidos,
Despertar a claridade para além do horizonte e sua envoltura!
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
Resgatado
Resgatado, fui prisioneiro da adversa pluviosidade,
Refém maldito acorrentado entre quatro paredes,
Retratado por pincéis cinzentos, sem idoneidade,
Entre labirintos internos, capturado por mil redes,
Resgatado, outrora sem visão, o fumo era nos pulmões,
E as asas eram iguais às de Ícaro, nunca iria muito longe,
Almofadado por pensamentos negros, sem ter travões,
Onde as sombras eram lar, mas o hábito não faz o monge,
Resgatado, a madrugada aproxima-se e toda a sua maravilha,
Vou trilhando entre as bermas, vem-se o sorriso ao rosto,
Tenho sonhado, pois tenho dormido, tenho sido em partilha,
E eu, resgatado, frágil e delicado, deixando o medo para trás,
Finalmente preparado para Viver, penso que paguei o imposto
Do anteriormente devido, está na hora de postergar as horas más.
Renovação Almofadada
Abrindo as asas procuro finalmente por redenção,
As fracções de esperança que o mundo tem morto
Não foram o suficiente para desanimar o coração
Ou permitir as velas deste barco o levar a bom porto,
E pelos Outros, pela noite adentro, já não sou perseguido,
Disse adeus às preocupações, aos tumultos da alma,
Outrora era pela ausência de sono então inquirido,
Não encontrando descanso ou sequer em mim calma,
O sol raia lá fora, a chuva aparenta ter por fim acabado,
E eu, apesar de impaciente, sinto de novo este sorriso,
Os fantasmas vão escasseando, pois, o passado é passado,
Para todos os efeitos, clareia-se o dia, regressa a madrugada,
Enfim deciframos o essencial daquilo de que não é preciso,
Este é a minha crença e fé pela altura do precipício almofadada.
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Renascimento nas Estações
Renuncio à obscuridade da noite, venha a aurora,
Esperei toda uma vida por este vindouro instante,
Regresso ao paraíso, lugar ao qual pertenci outrora,
Hoje percorro buscando o Inteiro, o factual inobstante
Dos caminhos já percorridos, dos beijos então concedidos,
Procuro pertença, não a vil sentença dada pelo soar do vento,
E eu, entre mil paredes labirínticas de desejos então atendidos,
Digo-vos, esta Vida tem sido num piscar de olhos, num momento,
Estas pegadas, silentes perante a perfídia de um tortuoso caminho,
Agora firmes e obstinadas, segurando o coração na palma da mão,
Revinda a Vida, acompanhado por anjos, não mais aqui sozinho,
Porém ainda tenho tanto a aprender e tanto pelo que pedir perdão,
Portanto, entre o sim e o não, sorriso no rosto, doce amorzinho,
Aqui farei o meu templo a Afrodite, erguido de estação a estação.
segunda-feira, 28 de agosto de 2023
Reflexões de um Caminhante Solitário
Estes passos antecedem os tempos doutrora,
Ouço-os levemente pelos corredores entoados,
Esculpidos algures entre o crepúsculo e a aurora,
Doces pedaços vigilantes de facto de outros bocados,
Pássaros fugidios distintos somente pela sua coloração,
E eu encostado à berma da estrada, com mãos de velho,
E um corpo enxovalhado, batendo apenas parte do coração,
Esquecido pelos demais, de olhar baixo, sem reflexo no espelho,
Num breve silêncio, olhando para o interior da alma, envolvente,
Onde pontos abstractos lideram o caminho e eu quase sozinho
Quase vejo a origem deste caminhar, o olhar de uma nascente,
À passagem, à quase intenção de falar onde palavras eram perdidas,
Então sussurrava, indistinto, diferente do habitual, lá ia o rapazinho,
Feito velho por dentro, procurando por si onde sentenças eram urdidas.
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Rendição ao Amor: Passado Dissipado, Presente Abraçado
Enfim sorrio perante uma silhueta quase erguida à perfeição
Pois encontrei finalmente o amor, à sua beleza sou rendido,
E estas brumas dissipam-se, é possível por fim dar a mão,
Sob estas passagens concretas, não mais estou rescindido,
Sim, somente por agora, libertarmo-nos deste fardo antigo,
O passado não significa futuro, deixemos a desesperança,
É preciso desamarrar as suas algemas, deixar esse castigo
Que nos enforca, que nos fustiga, que ladrilha a insegurança,
Por um pouco de tempo respirar bem fundo e permitir o ser,
Secretamente este instante é tudo alguma vez pretendido,
E esta passagem, barra, aragem, tudo o que anseio aqui ver,
Serei uno com o presente, a sorrir no sonho entretanto sonhado,
És assim a quimera, a seta de Cupido em mim e no céu difundido,
Com as constelações, galáxias e supernovas estou aqui alinhado.
terça-feira, 22 de agosto de 2023
Reflexões do Isolamento Interior
A mente inquisitiva reconhece a fraternidade do frio,
O seu rio congela no declive da alma de si esquecida,
Qualquer sinal de sanidade dá espaço a um infindo vazio,
Sou eu então o tamanho para a pendência e a sua medida,
A ideia cabisbaixa, o sorriso lúgubre de um soturno toque,
Os pingentes de gelo que permitem a este caixão estar fechado,
Não são mais do que novas maneiras de ter uma visão e enfoque,
Pois dos passos retraçados, perseguimos um fantasma requebrado,
E eu, agoniado, partido sem ter chegado, será que algum dia chegarei?
Sorrio cansado, de lágrima no canto do olho, sendo o eterno fora da lei,
Até quando irei sem regressar, caindo em minhas próprias passadas,
Com este olhar penitente, fora da cabeça, contra estas cabeçadas,
E se eu eventualmente começar a chorar, deixem-me ir, deixem-me passar
Pois por vezes não encontro sítio, por vezes não encontro o meu próprio lugar.
Uma Jornada do Humano ao Divino
Se olhares bem, bem fundo nos meus olhos,
Consegues ver estrelas, abóbodas aos molhos,
Reflexos de constelações e partes do firmamento,
Píncaros do altivo, do esplendor do divino fragmento,
E este sentimento, finalmente o Humano ultrapassado,
Faz-me sentir como um Deus com o coração retocado,
Com razão e emoção lado a lado, o eterno pretexto,
Marquem, pois, a suor, lágrimas e sangue este texto,
Percorri o caminho, prisioneiro dos próprios passos,
Acorrentado ao passado, aguardo enfim a libertação,
Esquecer este peso no peito e aqueles tristes percalços,
Permitir vir o sono e o sonho com a Vida esperançada,
Sorriso no seu sorriso, conceder-lhe por fim esta mão,
E que um dia provenha a Terra, tão imensa e ansiada.
O Toque em Busca de Pertença e Amor
As luzes incandescentes e mãos procurando chão,
Pretendo ver além desta bruma, desta escuridão,
Pois estas paredes hão-se em jaulas enfim tornado
Eu e a mim de que me vale sonhar se estou acordado?
Não anseio não pertencer, almejo por um lar, por um lugar,
Com estes pensamentos acossando esse desejo, alarmado,
Ouço o silêncio, temendo as subtilezas desse simples abraçar,
Porém o seu olhar, a sua beleza faz-me sentir por fim encontrado,
Não quero ser barco naufragado, passar por um mau bocado,
Apenas sonho com o seu beijo e abraço por fim e em mim,
E se um dia, ela me deixar a meio da viagem, a triste miragem,
Espero ter a força para me reencontrar de novo e enfim,
Pois não é fácil amar, não é fácil arriscar e me dar à aragem,
Para ir além e ser com alguém, antes é preciso ser tocado.
sexta-feira, 18 de agosto de 2023
Jornada da Aceitação: Entre Lágrimas e Belezas
Uma lágrima mais no mar, outra gota no oceano,
Esperando ver o sorriso mais esbelto do mundo,
Adornado Sois e Luas, por vocação sou soberano,
Após a queda, aguardando afundar-me no profundo,
Enterrado entre os silêncios inauditos, sons malditos!
Bebendo até chegar ao fim do copo, chegamos tarde
À fantasia, à ternura da tragédia, aos sítios recônditos,
E está tudo bem, pois há beleza que a mim me resguarde,
Por isso devo deixar ir e atirar-me de face na enxurrada,
Fechar os olhos, esticar os braços, ser a onda permitida,
Assim vamos e colocamos os pés perante a vil estrada
Só assim vamos indo e deixamos a trilha outrora submetida,
Em molduras vamos pintando vestidos a cal esbranquiçada,
E, portanto, encontramos a "tal" sobre o coração sustida!
Um Poema Sobre Relacionamentos Passados
O nó na garganta, o estômago então apertado,
Há o trajecto de duas vidas e a sua ansiedade,
A preocupação por algo enterrado no passado,
Por isso recontam-se as raízes desta mocidade,
Vejo-a vividamente e por quem ela foi tomada,
E vejo a minha alma triste, penante, quebrada,
Por ela ter sido básica, fútil, e talvez até vulgar,
Porém neste instante, é a única que quero amar,
Então que se vá esta névoa sobre os olhos envolvente,
Que se faça de novo no incrédulo enfim em crente,
Pois não consigo não rever, não consigo me conter,
Os uivos dão lugar a suspiros, a corações partidos,
Mas acreditem no que digo, somente quero crer
Que bem lá dentro, ela seja diferente em todos os sentidos.
segunda-feira, 14 de agosto de 2023
Banho Frio na Mente Agitada
É quando vem um banho frio e me passa pelo olhar,
Que me apetece desaparecer do mundo, aqui acabar,
Temo a companhia daquela que me traz novamente
A um estado de vulnerabilidade e então, realmente
Perco-me em pensamentos intrusivos, vem a inquisição
Estas mãos diligentes e folgadas, em si conspurcadas,
Não pretendem permanecer no vazio destas estradas,
Porém reparo que tenho razão no instinto, na intuição,
E torna-se complicado viver na mente, através deste ver,
Não me arrependo do passado, mas custa-me aprover
Legiões de demónios, legiões neste ombro abancadas,
Pois vão passando os tempos e vão passando as temporadas,
E eu fui outro numa vida que já não recordo, de mim me esqueci,
Não sei por onde caminhei, mas sei que quando nela toquei enfim vivi!
sexta-feira, 11 de agosto de 2023
O Tiquetaque da Passarela da Vida
Há brisas que sopram que nem doces promessas,
Tal farol no nevoeiro, compasso para um deserto,
Após a terra, sujidade e poeira nas unhas impressas,
Há também espaço para o tiquetaque que é tão incerto,
Tenho pouco tempo para viver exponencialmente,
Ofegante por ela, suspiros deixados entre janelas,
Ainda há a tanto a fazer e experienciar felizmente,
Tornam-se as horas feias finalmente em horas belas,
Os segundos exsudados lugares entretanto passados,
Esticando os braços, estalando os nós destes dedos,
Vamos ficando inteiros deixando homens fragmentados,
Há ganho nessa perda, há momentos que anseio tocar,
Por isso vou passando na passarela da Vida sem medos,
Pois tenho noção de que só essa vivência me permite amar.
quarta-feira, 9 de agosto de 2023
Turbulência Interna: Reflexões de uma Mente Agitada
O olhar cerrado rodeado por pontos de exclamação,
As subtilezas das sombras e bruma no pensamento,
Tantos vultos e semblantes, tantas formas de tormento
Que preenchem por inteiro as artérias em sublimação,
Suponho que há momentos em que somos perdidos
Em oceanos de tumultos de dúvidas e até repetições,
Há dias em que a atribulação é evidente no subentendido,
O algoz de joelhos pisados, a fúria e as suas conturbações,
Pensamos demasiado nas impossibilidades infinitas,
Os galhos destas árvores ramificam, ficam maiores,
E de tanta convulsão deslindamos as noites incógnitas,
Sem espaço para o sonho, sem espaço para o sonhado,
O sono torna-se num luxo, desliga-se a luz dos bastidores,
E o cérebro de tanto pulsar fica por metades, fragmentado.
terça-feira, 8 de agosto de 2023
Calçada do Tempo: Entre a Busca e o Encontro
Colidimos com os átomos por um instante abreviados,
Perguntando por onde fomos, qual o trilho percorrido,
A Vida permuta destes poros e dos seus doces cuidados,
Sou seu destinatário, imputando o ganho no já incorrido,
A estrelas caem, caminhando no tempo e na sua calçada,
Rezamos, prostrados que haja candeias para os perdidos,
Pois tanto vem como vai a noite, aguardamos a madrugada,
Para procurarmos outro lugar, não mais estarmos escondidos,
Ressoam os trovões e os lampejos, levantamos as mãos ao céu,
A tempestade cria-se e assim eleva-se no horizonte distante,
Lágrimas caem no rosto, parece que encontramos nosso apogeu,
Encontramos algures nosso lar, a imagem é trazida em felicidade,
Somos sonhadores e amadores escapando à chuva, não obstante,
De grinaldas ao peito, no arco contrafeito, não mais esta orfandade!
sexta-feira, 4 de agosto de 2023
Vida nas Calçadas: Entre o Passado e o Futuro
As calçadas são o pavimento do deitado,
Levado pela chuva, pejado pelo seu destino,
Por onde estas paredes e tectos sou procurado,
Acossado por um rosto para mim sempre clandestino,
Roupas penduradas indiciam um momento passado,
Estas ruas foram percorridas noutro instante de vida,
Bem acordado, na terra dos perdidos sou fragmentado
Entre aqueles que fui e aqueles doutra margem vivida,
Pois apontamos para o horizonte, erguendo essa ponte,
Deixando para trás a angústia, o medo e a ansiedade,
Esta sede de si mesma é saciada pela eviterna fonte
Que mostra os dias vindoiros, o tempo ainda por acontecer,
Preenchendo o peito de brilhantes luzências, de verdade,
Ainda estou por cá num beijo duradoiro no espelho do ser.
quinta-feira, 3 de agosto de 2023
Suspiros ao Horizonte
Estas asas alcançam o zénite do horizonte,
Olhando através de vidros azuis, libertado,
Vão erigindo fortes há muito idas pontes,
É o coração que se completa, não quebrado,
O quebranto do passo dado vai e esvaece,
Cerrando os olhos e abraçando a madrugada,
Viandando vou por onde a Vida vai e acontece,
Não mais perdido entre becos da noite enrugada,
Não é fácil esperar tal como não é fácil procurar,
Por vezes vai-se o tacto ao momento presente,
E a enxurrada vem e cai da qual é preciso curar,
Porque dos tempos passados serei agora ausente,
Para no ouvido de um futuro poder enfim suspirar,
Tenho a mão no sorriso que trago para o remanescente.
quarta-feira, 2 de agosto de 2023
Entre Anseios e Esperas
Eu pertenço às fagulhas tidas no cisco do olhar,
Há flores neste jardim por caleidoscópio vistas,
Leve anseio de quem já não precisa de procurar,
E se deita nas folhas caídas das árvores intimistas,
Há um tempo e lugar, para ansiar e para esperar,
Por um momento tenho asas nos pés descalços,
O mundo vem assim tão depressa e tão devagar,
Que vamos indo ante o firmamento e seus encalços,
Doces percalços, este de sentir por cada poro, Vida,
Alongando as pernas, ansiando a margem querida,
A sua voz torna-se nítida e o seu semblante eterno,
Perdendo-me no seu abraço e no seu abraço fraterno,
Fechando as janelas de vidros azuis num doce suspiro,
Hei-de encontrar-me finalmente neste presente que aspiro.
sexta-feira, 28 de julho de 2023
Em Busca da Alvorada
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Em Busca do Eterno Percalço
Com vossa mão o nevoeiro parece menos denso,
Olho para trás e vejo o caminho entretanto passado,
E tenho medo do escuro, daquilo que por vezes penso,
Sou um estranho reflectido no espelho de outra pessoa,
A poeira apensa-se ao corpo, vou ficando fragilizado,
Pois as rugas afloram à mercê do tempo e tão à toa
Perco noção do Amor que tenho, deste peito tocado,
Porém anseio vulnerabilidade, o estar nu e descalço,
Perante o beijo inevitável, perante o doce descanso,
Pois o Amor é inabalável, é o eterno e cíclico percalço,
Onde muitos perdem o fôlego, onde desistem de nadar,
Porque a maré é alta, apesar das ondas submergirem eu amanso
O Oceano que traz o esquecimento e então vou aprendendo a amar.
terça-feira, 25 de julho de 2023
Promessa de Inteireza
A ver os passos que aqui me foram trazendo,
Ornado por brisas de um vento que vai incerto,
Nele vestígios do Homem Inteiro que vai sendo
Por tentativas, procurando não viver por simples metade,
Não chorarei como os outros, darei ao tempo espaço para ser
Mesmo que por vezes a Vida seja madrasta e traga orfandade,
A resposta encontrarei ao prenúncio da busca por um pleno viver,
Que seja real e que traga luz e dissipe a insegurança, o medo, a ansiedade,
Pois trilhamos por onde o Cúpido pretende um beijo, e a verdade
É que trago as estrelas que vi num olhar único e simplesmente singelo,
Pois mesmo que por vezes chova, a maior parte delas há sempre algo belo
Para ver e tocar, independentemente daquele tempo que demora a chegar,
Prometo, juro, faço das tripas coração, serei vosso até de mim me distanciar.
quinta-feira, 20 de julho de 2023
Não Obstante, Em Busca da Felicidade
O fôlego ofegante por um instante enfim eclipsado,
Faz de mim nostálgico, afogando-me em saudade,
Por um sorriso em partilha onde procuro a felicidade,
Porém há tanta contrariedade, deambulo no adverso,
Escrevendo a frase de estrofe a estrofe, de verso a verso,
Sonhando com a donzela que por fim me queira dar a mão,
E que me preencha de vida e que me reavive o coração,
Pois canto esta canção, e o seu suspiro reconhece-me tão bem,
Sou amigo do Outono, do carrossel que vai e por vezes não vem,
E tenho medo da escuridão, do tempo em que vai caindo a monção,
Contudo vou buscando nesta Vida o que sempre será uma bênção,
Este olhar é somente para a ver, estes lábios apenas para a beijar,
Não me é mais importante de que só vá, hoje pretendo enfim chegar.
quarta-feira, 19 de julho de 2023
Repouso Para o Coração
domingo, 16 de julho de 2023
O Limbo do Não Momento
terça-feira, 11 de julho de 2023
Estilhaços Passados e Esperança
sexta-feira, 7 de julho de 2023
Fragmentos de Encantação
Nestas estrofes há fragmentos de encantação,
Pequenos pedaços daquilo que é pássaro a voar,
Tal partida para o peregrino no entoar de uma canção
Que é a procura por um novo e surpreendente lugar!
Há beijos ainda por serem partilhados na palma da mão,
Momentos belos e doces ensejos repletos de luz e cor,
Recolhidos por um toque e um olhar com botas de algodão
Que lentamente ficam e vão, no princípio e fim tal ornador
De estrelas cadentes em paredes de papel feitos de firmamento,
De estações de comboios que vão passando, oh doce rebento
Que me alumias o ver a alforrecas subaquáticas, o mar sonhado,
Que se estica de um alpendre para um horizonte quase alcançado,
O poeta sempre deixa impressões digitais na superfície da eternidade,
Independentemente se compreende ou não compreende a sua beldade.
sexta-feira, 30 de junho de 2023
A Passagem do Tempo
quinta-feira, 29 de junho de 2023
Ondas Melancólicas e Sonhos Submersos
sexta-feira, 23 de junho de 2023
Fragmentos do Silêncio
terça-feira, 20 de junho de 2023
Pretensões Poéticas: A Procura Pela Plenitude
quarta-feira, 14 de junho de 2023
Entre Sonhos e Realidade: Uma Jornada de Vida
Tudo o que tenho de fazer é viver e morrer,
Tenho pressa de chegar, apresso a estrada,
Por tantos tijolos acumulados continuo a ver
E deixar respirar tal brisa fresca a temporada,
Percorrendo os aros da pele como o paraíso,
A fragrância do cabedal de notas de suicídio,
Camas feitas e barbas desfeitas num sorriso,
A estrela da manhã e da sua queda o subsídio
De homens que foram esquecendo o que é ver,
As camisas passadas por trilhos desconhecidos,
Tipos de contos de fadas, será isto o que é viver?
Tentando apagar vestígios de sonhos coloridos,
Estranhando este respirar, esta procura incessante,
Apesar de tudo, pergunto-me "Quando aprenderei?"
Fechando os olhos e o ver num fôlego inebriante,
Aproximo-me do fim, deste uno momento final
Esperando a sua deixa deixada pois por fim sanei
Na aprendizagem do distinguir entre o sonho e o real.
Se A Morte Vier Ter Comigo Em Juventude Pt. III
Se a morte vier ter comigo em juventude,
Serei imortal através das lembranças,
Deixando um legado que nunca se ilude,
Um testemunho de amor e esperanças,
A juventude é um suspiro na eternidade,
Um momento efémero de luz e fulgor,
E se a morte vier, na minha mocidade,
Encarara-la-ei com altivez e com valor!
Então, venha, morte, se assim desejar,
Em juventude, estarei preparado,
Pois vivi com intensidade e sem par,
Se A Morte Vier Ter Comigo Em Juventude Pt. II
A juventude é este nosso presente divino,
Um tesouro brilhante, cheio de esplendor,
E mesmo que a morte venha e eu peregrino,
Serei ainda grato por cada potencial cor e flor,
Pois vivi com paixão e sem arrependimento,
Abraçando a vida com fervor eterno e ardente,
Deixando uma marca no mundo, um fragmento,
Mesmo que parta antes do esperado, indiferente,
Então, se a morte vier ter comigo em juventude,
Sabendo que vivi plenamente minha existência,
Eu enfrentarei o fim com coragem e plenitude,
Deixando uma herança de amor e experiência,
Se a morte vier ter comigo em juventude e me levar,
Digam a quem for passagem que hei-de um dia chegar.
Se A Morte Vier Ter Comigo Em Juventude
Se a morte vier ter comigo em juventude,
Tal triste paradoxo, destino implacável,
Não temerei seu toque frio, em virtude,
Pois viver intensamente é inabalável,
Qual sombra os seus passos silenciosos,
Podem se aproximar sorrateiramente,
Hei de enfrentá-la em tempos preciosos,
Desafiando o destino, indomavelmente,
Juventude efémera, essa sublime flama,
Que queima ardente, breve como o vento,
A morte não há de apagar essa tua chama,
Pois a vida é uma jornada sempre fugaz,
E se a morte vier neste meu momento,
Eu a encararei com paz e tenacidade, audaz.
segunda-feira, 12 de junho de 2023
Defeituoso Defeituoso
sexta-feira, 2 de junho de 2023
Ode à Mulher Pt. II
Teu poder é eterno, grandioso e raro,
Em teu íntimo, pulsa um universo sério,
Repleto de força, sabedoria e amparo,
Tu és o arco-íris na tempestade,
A luz que ilumina o caminho escuro,
Mulher, és a musa da liberdade,
Inspiras o mundo com teu ser puro,
Teu coração, um templo de compaixão,
Transborda amor, ternura e empatia,
Em cada gesto, deixas uma lição,
De coragem, resiliência e alegria,
Em teus olhos, brilha a esperança,
Um horizonte de sonhos a se realizar,
Mulher, és a voz que ecoa com confiança,
Um exemplo de como lutar e esvoaçar,
Tuas mãos, sábias e habilidosas,
Constroem pontes e tecem laços,
Mulher, és mestra das coisas preciosas,
Transformas desafios em abraços,
És filha, mãe, irmã e amiga,
Um farol nas trevas, a nos guiar,
Mulher, és forte, a destemida que bendiga,
Na tua essência, não há limites para o sonhar,
Teu sorriso, um sol radiante a brilhar,
Ilumina vidas e aquece corações,
Mulher, és a arte de amar e perdoar,
Um ser de infinitas sensações.
Celebremos, então, a tua existência,
Nesta ode à mulher, minha reverência,
Que o mundo reconheça a tua importância,
E valorize tua força e essência,
Mulher, és a inspiração que nos guia,
Com teu amor e luz a nos envolver,
Ode à mulher, em todo e cada dia,
Por seres única, especial e eterna mulher.
Ode à Mulher
Em teu ser, o mundo encontra a cor,
Mulher, és a chama que arde no pranto,
A força que acalenta e desabrocha em flor,
Tu és mistério sob a forma de poesia,
Um oceano de graça e terna sedução,
Com tua essência, alegras cada dia,
E enfeitas a vida em plena perfeição,
Teus olhos são estrelas a brilhar,
Teu sorriso é um sol que irradia luz,
Teu toque é carinho, doce a embalar,
Mulher, és obra-prima que um ser seduz,
No teu ser há coragem e valentia,
E no teu coração, a compaixão,
Mulher, és guerreira em cada dia,
Desbravando caminhos com devoção,
És mãe, geradora de vida e amor,
Com teu ventre sagrado, gera a criação,
Mulher, és a paz que traz ao redor,
A essência de toda a renovação,
Nos traços do teu rosto, a beleza,
Na tua voz, a doçura a ecoar,
Mulher, és fonte de tanta grandeza,
Uma chama eterna pronta a inflamar,
A ti, Mulher, dedico minha admiração,
Por lutas vencidas, pelos sonhos a alcançar,
Tu és o pilar da nossa inspiração,
E mereces todo respeito a partilhar,
Mulher, és a canção mais bela a soar,
A inspiração que move o universo,
Em cada verso, quero te exaltar,
E reconhecer o teu valor imerso,
Ó Mulher, és um presente divino,
Uma dádiva aos olhos do Criador,
Que te abençoe e te guie em teu destino,
Nesta ode à mulher, expresso meu amor.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
Deus Sussurra nos Pormenores
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Poema dos Cinco Dias
terça-feira, 16 de maio de 2023
Quando A Noite Caiu
Quando a noite caiu o poeta enfim revelou sua confissão,
Queria ter estado mais presente quando havia presença,
Ansiava ter beijado sempre com amor e dado a sua mão,
E não ter sido da ansiedade refém, ter feito a diferença,
Não ser quem cerrou os olhos para não ver e esqueceu o mundo,
Num salto de um precipício alto para o poço mais profundo,
Pois a humanidade é imunda, é suja, é anjo sem as suas asas,
Velhote abjecto virado quase em demónio em fogo, em brasas
Almejava ter abraçado e tocado a parede do além do infinito,
Ter condensado o instante num mero instante, num alto grito,
Não ter desperdiçado nenhum momento porque sim e sim!
Ter alimentado a alma de confetes sem qualquer início ou fim,
Pois quando a noite cai somos sem sono a cidade, o asfalto,
Que é eterna busca na procura sem ânsia, sem sobressalto.
A Ausência
A ausência é um vazio entre a palma da mão,
O lugar com pertença num tempo sem espaço,
A memória esquecida na bruma do coração,
O rascunho inerte sem linha ou sequer traço,
A ausência é a falta no lugar de uma imagem,
A carruagem parada ao vento a ir a nenhures,
É aqui tormenta, é brisa e é também aragem
Numa tentativa vã de atingir o além e algures,
A ausência são as palavras inauditas nunca ditas,
A forma e semblante ora tornado tão inebriante,
A tentativa de eterno instante nas horas malditas,
É um beijo quase dado, o abraço quase refractado,
Os dedos passando no fantasma de uma amante,
Espelho multicolor ao chão atirado e quebrado
(para o além do longe, para além do distante).
domingo, 14 de maio de 2023
A Armadilha dos Homens Fez-nos Esquecer o Paraíso
Pouco questionando e procurando o zénite divinal,
Gostaria de ter asas para ir num voo alífero além,
Somos nós que montamos os Pégasos do sonho
Numa indómita cavalgada destinada a quase ninguém,
Que venham os anjos e nos levem para lá do risonho,
O resto é rotina, a canseira de outro dia por acabar,
segunda-feira, 8 de maio de 2023
Um Dia Chegarei
quarta-feira, 26 de abril de 2023
O Rapaz das Estrelas
sexta-feira, 21 de abril de 2023
Através do Tempo
quinta-feira, 13 de abril de 2023
Cada Pedaço do Viver
terça-feira, 4 de abril de 2023
Até Já Mestre Ryuichi
segunda-feira, 20 de março de 2023
O Poema
quarta-feira, 15 de março de 2023
Amore
sexta-feira, 3 de março de 2023
Para as Musas e Sonhadores À Espreita
É a senda que estreita, a fantasia sendo contrafeita,
E eu, no topo do precipício, com a mão no coração
Questiono se há musas ou sonhadores ainda à espreita,
Vamos procurando um lugar ao qual se possa chamar lar,
Esperando para sempre, pela dízima de um ser ornado,
Sem caução e com cuidado, vamos procurando devagar
Por um beijo alado, simples e suave, eternamente dado,
Sorrisos serão partilhados e lágrimas serão enfim jorradas,
E no fim do caminho, o trilho encerrado por umas almofadas
Pois ergue-se o poeta sonhador, fruto do ir e vir e de uma dor
Estranha ao rosto da humanidade, as garras de um condor
Esvoejando sozinho perante a perfídia de uma alegre canção
Por onde alguns se perdem e por onde outros ainda hoje vão.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023
Quando Chega A Hora De Partir
Hoje pincelo a abóboda de cores jamais imaginadas,
Vou sacudindo a alma de pesadelos ontem sonhados,
Despindo lentamente as paredes entre si confinadas,
Acredito que suspiros são sorrisos ainda não vividos,
Pronuncio o passado, ansiando o futuro, absorto,
Rachando o chão por caminhos sinuosos e perdidos,
Pulsando o ventre, frio e quente, erecto e até torto,
Entretanto aprendo: “Não há mais tempo para despedidas”
Pois o coração também pára na noite eterna e passageira,
Prisioneiro do frio derrelicto, feito a dois por sendas divididas,
Somos roupas usadas recriando sombras em lúgubres recantos,
Sombras essas que vão dançando ao vento na luz forasteira,
Trago os vultos que fomos indo, o pouco deixado e os tantos.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023
Beija-me o Coração
Por mãos envolvidas por ervas, por eras, por esta solidão