terça-feira, 11 de julho de 2023

Estilhaços Passados e Esperança

O sonho de um instante de olhos cerrados, 
Atirados para a profundeza da madrugada,
Parece que por vezes para trás ficam bocados
De um quase inteiro tornado porção fragmentada,

Quando é tudo ou quase nada, um coração latejante,
A lâmina na artéria, corte de papel no vento norte,
Somos indómitos, inabaláveis, no tempo gritante,
Abafado por uma memória inglória, por má sorte,

A nostalgia de quem é para um futuro propelido,
Galopando adiante com cascos feitos de imprevistos,
As roupas usadas esticadas no pedestal do amor perdido,

Por isso me é difícil dar a mão, ser, estar, permitir o coração,
Porém há espaço entre as cicatrizes, por momentos revistos,
Há sempre novo tempo para permitir e deixar cantar esta canção.

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