sexta-feira, 29 de abril de 2011

À Pergunta dos Transeuntes: Sim Há

A esbelta praia que se estendia ao Mar,
Via-a em sinceros sorrisos, nesses abrigos,
De dias bonitos com mãos dadas ao escutar,
A partilha esporádica de Sol e seus amigos;

Era eu o sonho ornado a folhas e maresias,
Um refresco para a Alma, o beijo passageiro,
A partilha alífera de um caminho de poesias,
Soava a límpido Sentir, a um Amor verdadeiro;

Num belo retrato aprendi porções de Vida,
Trazidas em asas ocultas ao comum transeunte,
Em planaltos de vales, na descida e na subida,

Provei o sal da água, o entrecho néfico e até ar!
Tanto quanto pude… há pois quem ainda pergunte,
Se haverá Luz, após o Céu que é e aflui, após o Mar.

A do Ósculo Escutado: Daquela Maviosa Melodia

Veio o sono e com ele o palpável sonho,
E navegamos, dentre aprazíveis nebulosas,
Pois se de verdadeira beleza ainda disponho,
A ver vejo, espelhando o olhar das formosas

Estrelas, numa idílica descrição primaveril,
Realçada a folhas caídas na brisa familiar,
De partilha alífera de horizonte no pastoril,
Aprendi, porções de Vida no único conciliar,

Este Oscular, fortuito ao premeditado que o é,
Traz sois idos e vindouros em asas transparentes,
E Amor suave para partilhar com quem tiver fé,

O ruído será menor, seu sorriso será a harmonia,
De nossos sorrisos idos, unidos em tons crescentes,
E eu? Eu ainda me escuto nessa maviosa melodia.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Um Sobre o Tempo: Quero Ser o Eu Inteiro.

Dêem-me espaço pois preciso de mundo,
E tempo, pois almejo todo e cada segundo,
Pois confundo os anos em fracções de mim,
Como capítulos da mesma crónica sem fim;

Aos eus que fui e como fui deixei para trás,
O um sobre variáveis temporais é ser audaz,
Temerário aquando da auto-definição do uno,
As fracções são algumas, é bom ser bom aluno;

Ao aprender a aceitar o ser como simples e livre,
Repousa sua unificação com o emaranhado eu,
Serei tudo o que sou e fui, o que outrora sustive;

O Eu é aquilo que sou; o Ser aquilo que faço,
Ao ser eu a fazer aquilo que sou, aí serei Meu,
Inteiro, singular ao aceitar meu próprio abraço;

(pois eu era, muito antes de começar a ser,
logo serei singular, neste meu pluralismo)

A Maresia é a Poesia do Mar: E Eu Gosto da Mar

Daqui vejo a praia que se estendia
De onde a vista flutuava para o além,
Nossas pegadas eram a brisa, a poesia,
A pulsação era nossa de mais ninguém;

Deslizavas lesta nela irrompias com o Mar,
Sorrias e em cada vírgula retocavas a areia,
Em timbres delicados frágeis neste meu Olhar,
A tons azuis e laranja, quando enfim vi, colorei-a,

Com perfume a Amor essa praia que nos unia
Era credo, fantástica e lindíssima pois era nossa,
O nascer do esbelto em trechos de real magia,

Com a tua mão na minha a minha simples mão era
Mais! Tinha propósito, intenção e o areal era pequeno,
Tocava então o Céu, o Sol, e o Amar, até breve espera.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ao Um e ao Todo: O Agora é Aqui, Agora.

O Agora é aqui, aprecio a impermanência,
Ora doce, ora acre, do segundo passageiro;
O hoje é aqui, e em sua limítrofe adjacência,
Do que foi ao que virá, é o um o Todo, o Inteiro,

Emanando Luz, a sua ausência é dissipada,
Eu sou o Agora, o Hoje, o Aqui, o fruto do Um,
A identidade de cada alma no agora emancipada,
Espelhada do Todo, advém a harmonia comum,

Do ponto interior, sendo o um o mestre e o senhor,
De si e em si, que sua luz cintile e tenha um nome,
Maior do que a palavra em si, que este seja Amor,

Concedam pois a mão, ao vosso único e uno Irmão,
Partilhai o que já é partilhado, o céu, o sol e o mar,
E no ímpar e singular Amar, veremos a Luz do Verão.

Estes Lábios: Em Súmula

Estes lábios exprimem a ânsia do mundo,
Em súmula: a singela aceitação do Ser,
E nesse ser deter em si o oscular profundo,
Procurando a constância fulgente do Viver;

Guardo sim, os bocados, a passado esboçados,
Pois colorem a divina alma, realentam a calma,
Suspiram-me ao ouvido, o ganho e até o perdido,
Envergando o adiante, num espaço, num instante,

Tudo ruma além da nuvem, além do horizonte,
Ao Ósculo infindo de viver a Vida com sentido,
A perda é nula, aceitação é Sol e a Luz a ponte,

Para quem ruma soalheiro e sua sombra conhece,
Brilha tanto ou mais que Rigel, no estelar é reflectido,
Dou-vos agora a mão, aqui e agora irmãos, e o aqui…

…amanhece.

sábado, 16 de abril de 2011

As Flores: Os Sorrisos Plantados pelo Divino

Plantadas por Deus através do Ósculo infindo,
Meneiam-se vistosas ao sabor do zéfiro alado,
No éter, no verde, reflectidas no sorrir revindo,
Somos irmãos das estrelas, no céu recambiado;

Em intermitência constante, respiro esse abraço,
Com milhentas familiares minhas pegadas ao tecto,
Deus, meu Cosmos, sorrio por ti neste breve espaço,
Por ti sou, a consciência, porém um simples projecto,

De inconsciência abençoada, floreando em luz,
Espelhando o divino, emanando o sonho cintilante
Sim, o sorriso é deveras precioso e o esbelto seduz,

A brincadeiras ornadas a fotões que logo reenviámos,
Somos as Flores, somos o Divino situado num instante,
O Sorrir não é meu, é nosso, e desta forma o beijámos.
*

Palavras Bonitas: Para Fazer Alguém Especial Sorrir

Somos todos Especiais! Sorri Alma Bonita,
Fulges como as estações, o céu e o mar,
Ondeando no esbelto, numa dança infinita,
Respira fundo, o menos bom há-de passar!

Por assim dever ser, respeito a melancolia,
Porém, não me acomodarei em seu abraço,
Num horizonte claro, com asas de anjo subia,
No natural terei sim, reconforto e em seu regaço,

Florido e contente, com essa brisa no rosto,
No seu suave cheiro, cheirarei o sol em mim,
Sendo a rima oculta do firmamento transposto,

Não pisando as flores que Deus plantou, (com Amor!),
Sempre, as flores são sorrisos que relembram assim,
O dia em que reluzimos e ecoamos livres esse primor.

(relembremos e beijemos então os céus,
como recordações jamais teremos fim!)

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Para Quem Quiser Aqui Escutar: Um Ósculo

Para quem quiser aqui escutar,
O som ínfimo da morrinha a cair,
Que se envolva nesse pestanejar,
E saiba que o céu se há-de reabrir;

Basta acreditar, no simples e natural,
Apesar das fronteiras tidas no concreto,
Sim, há poeira e outras coisas que tal,
Mas há Amor, o nosso Amor, isso é certo;

Na luz cerúlea beijei-a, a companhia ideal,
Partilho-a, gostaria que a partilhassem comigo,
Algo de simples, similar à ternura da arte floral;

Nessa altura, seremos o único e ímpar Oscular.
Somos pois irmãos, há que dar a mão ao amigo,
Que liguemos então a Luz, está na hora de acordar.

Era Estrelado e Ímpar Esse Ímpar Olhar: No Amanhã

Amor: há mais cores além do preto e branco,
Entre nós, aprendo os gradientes desse intervalo,
Elevo-os, envolvo-os a todos de e num só flanco,
Só escrevo por ter beldade a dizer e nesse resvalo

Sou um pouco mais inteiro apesar de vulnerável,
E finalmente sairemos, quando retornares a casa,
Como presente passageiro porém tido no imutável,
No estelar esse ímpar olhar o belo e ímpar extravasa;

Concedei-me pois a vossa mão, viajemos juntos,
Apenas vós e eu, caminhando diante do mundo,
Uma cabeça, um ombro, em poemas conjuntos,

A brisa suave no rosto, um antemão numa maçã,
Rejubilarei então em meu nome por nosso singular,
O resto é imposto do dia, que virá um dia, amanhã.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

À Reciprocidade do Parceiro: O Divino

Sussurraram-me ao ouvido algo de divino:
“Sorri e brilha e o mundo eventualmente virá”,
Beleza, nas esferas reluzentes tidas do cristalino,
Revelem a incidência do agora, do que um dia será;

Por bocadinhos de paz, colhi sementes de vida,
Uma a uma, colocada radiosa em brio magistral,
Em bolso de algibeira que ao não ceder convida,
Ao envolver do pleno no sonho e do tido como real;

Seremos dois, faces ímpares da mesma moeda,
Permanente neste ponto único, tangível ao se Ser,
É sina, é acaso, é o premeditado casual em queda,

Ascendente, o retornar ao afluente e ao verdadeiro,
Um dia à fonte, a mestre do estro poético, e no reter,
Seremos o uno Ver, então na reciprocidade do parceiro.

Aos meus Amigos: (Ao Sol, ao Mar e à Chuva)

Pertenço-vos meus humildes e honrosos amigos,
Tidos em copos de papel trago-vos em primaveras,
Sorriso delineado, espelhando ao Céu seus índigos,
Era estrelado e impar neste Ver de doces quimeras;

Esbelto refresco de Alma, foi o reaprender a sorrir,
Avisto-as, sob uma morrinha de estrelas cadentes,
Condessas e Duquesas do envolto bosquejo a reabrir,
O nevoeiro, luz entreabrindo do Ribeiro seus afluentes,

Esse Ósculo, reenvio-o às estrelas e orlo seus retratos,
Neste espaço que ocupo, enfim, hoje eu tido no singular,
O nascer do Sol no oriente presta lugar a estes ornatos,

A inocência do toque, a brisa terna da áurea maresia,
Hei-de retorna-la toda no peito, nutrir a essência e amar,
Serei então simples, pequeno e vertical: a singela poesia.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Os Reluzentes e a Aurora Crepuscular Pt. II

Porém, há milhentas possibilidades
Para o ser, para reter o que é,
Apenas uma impossibilidade:
O não ser do eu – há quanto tempo o será ainda?
Há quanto tempo o é? Quando passará?
Algures entre o raso caminho, encontrado,
Para além do caminhar, do primeiro enxergar,
Há o suave e delicado toque, o singular segundo,
Nesse segundo sim, a Centelha Divina fulgirá intensa
E sua luz ecoará em tudo o que é infinito e eterno,
Ouvirão o ressoar desta centelha no horizonte do além,
E as fundações do Céu tremerão perante sua terna suavidade.

Os Reluzentes e a Aurora Crepuscular

A Aurora é sempre, sempre igual,
A si e somente a si mesma, mesma
Imutável e infindavelmente igual,
Eternamente semelhante a si,
Apenas sabe ser ela própria,
A si própria e a si mesma,
Ela é o que sempre foi,
O que sempre será,
E lá vai sendo,
Para sempre si,
Si e ela e nela é,
Fora e dentro do que é,
No que é, é cativa de si,
No que não é, ignora tal noção,
Infinitamente sua bênção é inconsciente,
Pois ela é o perfeito afinal concretizado,
Aliás, perfeito é sinónimo de único,
A criação não desenhada,
Não desdenhada, palpável
Logo, o único e ímpar amor,
Do Crepúsculo, são.
São pois assim,
Incomensuravelmente iguais,
O complementar sabe seus nomes,
Nele eles sobejam e florescem;
Nós, porém, tão distintos somos que,
Que nos evade o quão semelhante
Tudo o que é restante o é.
Sim,
Nós é que somos diferentes,
A cada seu novo avistamento.