terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Ema: Em Sonhos Aqui

Ela, entre berços nebulares tão leve,
A doce menina concebida num sonho,
Ao seu suave repouso embalava a neve,
Apesar de lá, sentia-se longe eu suponho;

Brilhando, perto das estrelas cadentes,
Recuperava a sua Luz em ramos de flores,
Sendo estas de sua pureza seus expoentes,
Logo tratava-as como seus eternos amores;

E sorria… em Luz, como só ela sabia fazer,
E o firmamento correspondia cintilando,
Em efluências dedicadas ao seu belo ser;

Assim o tempo lá se passeava incerto,
Apesar do eventual sorriso ia suspirando,
E o Sonho era Vida num acordar desperto.

À Passagem: Das Ondas e Dos Dias

Esta passagem, é uma estrofe feita de versos,
Se são grandiosos ou imensamente pequenos,
Somente do autor depende o bom ou o adverso,
São opções semi-presentes, no mais ou no menos;

Passo a passo, vai-se passando a passadeira,
Rumo ao que será, pois o que foi agora já o é,
Uma nota de rodapé desta Vida forasteira,
Outra onda esvaecendo no repontar da maré.

Nesse espraiado, há espaço para nova areia,
Grão a grão preenchendo do perau ao molhe,
Essa passagem nessa praia assim se laureia;

Revindo o Mar que um dia o areal recolhe,
Imparcial quanto a quem, a Noite se floreia,
No envolver poético do Sol que todos acolhe.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Por Uma Recordação Amorosa: Que Seja Eterna

O teu venéreo rosto, trago-o na palma da mão,
Trago-o e reconheço-o como uma parte minha,
Pois é manhã, é Agosto, é o início da monção;
Trago-o a rememoro-o como outrora o tinha;

Em lábios retocados vindos de doces sufrágios,
O Mundo é pouco comparado com o teu abraço,
No calor frio do que trouxe do deserto e do rios,
Esse sorriso é Sol que separa o tempo do espaço;

Inspira-me nesta balada com esse envolver silfídico,
Esqueço até o mais importante: as estrelas cadentes,
Pois és a minha Amada logo da Luz e da Água abdico;

Então sê… sê o meu Paraíso, e todo o meu Inferno,
Tudo na Terra, meu Céu e Sol, a parceira confidente,
Sê todo o meu tudo… e todo o meu nada: o meu eterno…

O Rascunho de Uma Vida: *Plim*!

Ao rascunhar um quadro, espero vera beleza
Onde o verde seja beijado pelo azul marítimo
E de cima o Céu sorria ao mundo em subtileza,
O artificial raramente tem cores, isso é legítimo;

E às pessoas apressadas e esquecidas de si incito
Para quê perpetuar o cinzento? Isso há em demasia,
É preciso ousar no sonho e recriar para além do finito,
Esse resto  é cor, é movimento, tem toques de real magia;

Há que saber andar mas por vezes  esvoaçar é tão bom,
Não teme o fim, aquele que sobressai e voa em voos assim,
Reaviva a Alma e sobeja a calma, revive o ritmo do coração!

Tenham-no como a Divina Bênção, nesse sorrir encantado,
A Vida é tudo o que acontece, é o credo, o fantástico, o *plim*!
É mesmo simples, tão simples que por vezes parece complicado.

Aos Sonhadores: A Recriação do Ósculo Infindo

Aos sonhadores que do Além recriam,
Suas visões doiradas neste plano finito,
Sois o divino realizado e seu imenso grito,
Por cada nova criação o Ósculo enviam;

Glorificais o eterno em vosso suave canto,
Nesse sentir o Cosmos transposto e imbuído,
À doçura do Amor concedeis o maior sentido,
Versejando, reflectis a Vida e o Além portanto;

Sóis párias e mártires da Inteira e Superior Obra,
Pintores que repintam o que houver para pintar,
Os enviados dos Deuses, do amanhã e doutrora;

Na incerteza da certeza abris as Asas aladas,
Beijando as Estrelas, esvoaçando alto no Sonhar,
E assim reavendo o Cosmos em linhas encantadas.

sábado, 27 de agosto de 2011

À Alvorada: Das Noites Infindas

Oh esbelta alvorada como clareias o dia,
De teus luminosos dedos a bruma foge,
Envolta em teus braços começas o hoje,
E em tua ternura vislumbro vera magia;

Quantas vezes adormeci em teu recosto,
De noites infindas e passageiras silhuetas,
Afastas o som das temerosas ampulhetas,
Ofereces brilho e amor ao avistar do rosto,

Renasces o Sol e no seu suave auriluzir,
Todos beijas e reconfortas nesse ardume,
De olhar atencioso em constante refulgir,

No sorriso amigo e de imparcial carinho,
Maravilhas o mundo com o teu perfume,
E sacias e secas, como a água com vinho.

Aos Sonetos: E ao Nosso Renascimento ao Lê-los

Aos sonetos da brisa de todo o mundo,
Que por cores e suspiros são inspirados,
Advindos de poetas de amor profundo,
E passeios por leitosos luares alumiados;

Que exalem beleza no pleno do esplendor,
Pelo louco improvável e tal como o belo,
Inspirem maravilha, que saibam a amor,
E que o comum revertam em singelo;

Quebrem as fronteiras entre o Homem,
Abatam imperecíveis mitos e tabus,
Que do e ao céu luz cerúlea retornem,

Para além do horizonte e do firmamento,
Seu toque alvo no infinito sempre sobreluz,
Com as manhãs em honroso renascimento.

Por Ti: *.*

Num sonho acordado fomos o grandioso,
Detive o paladar da brisa e na sua elegia,
O semblante mais venéreo, mais formoso,
Pois no real o que nos unia… era só magia;

Tropecei em tuas pegadas essas doces ciladas,
Que eu próprio armei porém, ainda perduram,
Despertado pela fragrância das noites caladas,
E em pequenos fragmentos que se aventuram,

Entre nós, apenas distância e frases inacabadas,
Que o tempo um dia levará para o doce olvido,
Beijo as estrelas no tecto do quarto aqui restadas,

Graças a Deus, outrora brilharam dentre o brumal,
Ainda restam em pulsares mais ténues ao meu ouvido,
Era então capaz de ter sido tudo, tudo!… Até normal.

domingo, 7 de agosto de 2011

Em Sonhos Aqui: O Cerúleo, num Baú D'oiro

Tenho sonhos num baú d’oiro
Porém nenhum é somente meu,
Em meu ver é o nosso vero tesoiro,
As asas brancas que beijam o céu;

Esse céu é maior do que nós,
É a centelha, divina e palpitante,
Sendo as asas afluentes dessa foz,
Torna-se em perto o antes distante;

Voemos alados no passar dos dias,
Pois há vera magia no céu a sonhar,
Na mais bela das esbeltas melodias,

Aquela do singular e puro oscular,
O brinde à magia nas horas tardias,
À sua cerúlea cor e ao límpido amar.

Amador de Ondas e Marés: Em Sonhos Aqui

Havia mar e um cativado almejo,
Dimanando fluidos dessas colinas,
De quando um sopro soava a beijo,
E o infindável se revertia em rimas;

Do simples vêm os amores-perfeitos,
O belo, apesar do passageiro que o é,
Em meu abraço um rio de dois leitos,
Enleando-se subtis ao toque da maré;

Seu olhar, toda minha Vida em Poesia,
Envolta no único e indelével perfume,
Ainda o tomo pelo aroma da maresia;

Em boas-vindas às brisas ainda por vir,
Embalando cada onda e o seu ardume,
Sempre e só como amador hei-de existir.