terça-feira, 27 de julho de 2010

O Sentimento do Ser Pt II. Cabem mais Pessoas em Vénus do que em Marte.

- “O meu Deus reconhece o Deus que é em ti”
A mensagem detém a genuína relevância,
Raramente seu mensageiro.

E abre-se a torneira do subconsciente
O manancial do estro primoroso,
Sua lépida transição, momento patente
Transversal ao instante, único,
Do intervalo coincidente ao tangível
E o nublado enfim clareia em sua reconciliação,
Renunciando o óbvio, o sem fim na paisagem,
Escoado pelos nós dos dedos, tudo alcançando,
Pendente, beleza condensada, passeata oblonga
Um baloiço à superfície da intempérie, (ousa sonhar!)
Recreio à berma da estrada, arvores bailando lestas,
Seus troncos, calçadas ladrilhadas para a suave brisa,
Nunca havia presenciado um brilho estelar maior,
Olhando para cima, milhares e milhares de céus,
Apenas uma estrela ousando vislumbrar,

Um eufemismo do eterno,
Uma imitação/reflexo do infinito
(sob forma humana de asas incorpóreas),
Uma ode ao incomensurável, ao incontável,
Em Tempo aparentemente,
Infinitésimo,
A crueldade do vestígio restante,
Aquilo que só é cruel para o inalcançável,
Do instante em momento sempre agora viajante,
As revelações perdidas fronte ao efémero, expandidas,
Em sonho sustido, a coragem de o viver em tons acinzados,
O romance platónico daqueles dos olhos de fulgência estrelada,
Alcançam a plenitude comum, o raiar solar estampado na abóbada
Celeste, o intervalo entre o infinitésimo e o sequente infinito projectado
Entre palmas das mãos entretecido, a procura da espera, do ceder ao ser,
Ao remeter o intercâmbio do acontecer do instante cativo, abdicando ao antes,
A colecção de pontos interligados, o recobramento do geral através do particular,
És sinédoque do envolvente partilhado, difusão do uno na especificidade da identidade,
A verdade alheia, por norma entoando insanidade, na extremidade do singelo,
Toques em círculos concêntricos, a suavidade ornada a cetim, sabe a inicio e a fim,
O singular ponto comum a tudo e todos, não é um pertence, é a imperceptível pertença,
Portador do Universal, a perda é nula, a Vida insuflada no peito desconhece sua extinção.
À ilusão oficial, nomeada como concreto, a complementaridade entre o especial e o comum,
Reverte o comum em especial por ceder espaço de ser à invulgaridade autêntica do especial,
Aos inebriados hedonistas, nos excessos do sobre sensismo intenta o atrofiamento do espírito.
Apreciem este ultimato, a ausência de interrogação apenas acrescenta à intensidade de sua afirmação.

n. ego

O Sentimento do Ser Pt. I

Preferia Sentir o Verdadeiro por um mineral
Do que pelo óbvia e inerentemente comum.
Os caminhos batidos, são para seus congéneres.
O acréscimo do Belo, percorre outros percursos,
(sem atalhos ou desvios para seu inevitável destino)
No limite do desespero e da insanidade,
(A breve idade de cada e todo sorriso)
Encontra-se o ruído e nele, a única melodia,
(o primeiro segundo do primeiro e único amanhecer)
O único sentido, a bondade e sua usual forma:
A Beleza – o fractal exposto (sempre no zénite).

Parte integrante do plano de deus
O: simplesmente ser.

Como numa formosa escultura,
Mostra-se na remoção de excessos
Até no excesso de escassez
- (até na escassez do excesso)
A disfarçar o comummente óbvio
Uma proposta à aprendizagem
- (sem orçamento adjudicado)


Quando a Verdade era garantia de Beleza,
A consonância própria alumiada no perene,
O fluxo da corrente do cosmos sob consciência
Autónoma, faceta do grande espírito colectivo,
Intento não premeditado, o éter está sempre perto
A sucessão do casual, a proporção extraordinária
Do infimamente pequeno, a subtil energia que embala
O baloiço onde assentado, o corpo é veiculo para o além
A luz é energia, seu toque nossa trasladação de e em luz,
Sua expansão acontece quando o copo é transbordado,
A ligação directa ao Cosmos, interligação com a alma mater
Não é de todo factual, é na sucessão dos mesmos que há moção,
O credo é homólogo do lindíssimo, nos “entre-tantos” encontrados,
Tudo o que somos, é e são apenas instrumentos para aquilo contido
A multiplicidade na identidade, o Um vertido para o todo perfaz-se inteiro,
Manifesta-se na diversidade, o ser uno com todos os restantes seres,
A magia universal materializada sob um corpo, sobre uma energia
Energia essa, concernente a um, um esse pertencente a todos – é inteiro.
O sentir dessa unidade como o Todo enquanto este se exprime pela Parte.
A universalidade da Alma comum, vulgo aura inconsciente, toques sutis
A energia transcendente, que nos atravessa, que nos forma, que nos beija.
Reconheço a identidade una de toda e cada alma, seu revestimento pelo Todo,
Nesse Todo, temos direito a diversidade, a ligeiras particularidades, a diferenças,
Claro, a diversidade é regra, o igual é anti-materialização Universal, é anti-natura,
É o esplendor do Universo enfim concretizado, sua consequente e enérgica expansão,
O milagre do processo é o seu desconhecimento, pois ao ignorante, tudo parece magia.
Ao não ignorante observador, que constata magia, e ainda assim a nomeia dessa forma,
Esse sim, é mágico, é credo, é lindíssimo, é um e todo incorporado num ser – é inteiro.

n. ego
por joel nachio