segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Fecha os Olhos e Sê A Vista

Somos cerúleos ante o eviterno sem fim do firmamento,
Somos aquele único beijo, somos o seu único momento,
Amor é aqui, o abraço entre briosas supernovas, o peito,
O latejo retido para além do maior parece-me tão perfeito,

A obstrução ao nocturno, aquele sussurro que não tem fim,
A escrita sobre o rasto cadente até o princípio em mim
Pois quando eu vou e assim fico e se pavoneia o mundo,
Eu sou a parte de mim que é sempre aqui neste segundo,

A algibeira do colibri indo assim ingénuo de flor em flor,
Tal o primeiro raio de sol no parapeito da manhã delicada,
Do simples ao complexo detalhe, sendo aqui enfim amor,

Pois somos pássaros engavetados navegando entre estações,
As lanternas mágicas largadas à noite tornando-a estrelada,
Vós sóis quem lhes dá guarida ao abrigo dos vossos corações.



terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

... Sobre O Rasto Cadente do Firmamento

Estas páginas são sobre as pegadas deixadas na areia,
E também sobre o belo rasto cadente do firmamento,
Relembram que o que excede por vezes até rareia
Pois tudo é matéria e onda - aqui tudo é momento,

Trago sonhos para os insones com um pouco de magia,
Beija-me e sente o Universo, a procura pelo eviterno,
Esta sede de Infinito é tristeza com píncaros de alegria,
Amor é cada passo pela viagem - o abraço fraterno,

Por isso parto para um dia regressar, indo e vindo sem medo,
Através de janelas de vidros azuis eis o regaço da enxurrada,
Indo em frente ou para trás por vezes sem trama ou enredo,

Desde que permita à Lua e noite sentir-se para sempre amada,
Este é o trilho estonteante da Vida na ponta desse dedo
E estas são as tuas estrofes cadentes largadas à estrada.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Nos Seus Cabelos Há O Havia

A poesia existente na ponta dos seus cabelos,
É suave, meiga e terna, relembra o outrora lar,
Ensejo divino, feito de veludo ou auto-flagelos
Porém é paragem e até sítio, é conforto, é luar, 

Recordo esses belos cabelos num dia de verão,
Ao peito do sonho de quem mais ousa o recado,
Oh como eles deslizavam pelos ombros, pela mão
Cuja mensagem era simples: silêncio tornado,

Hoje finjo e amaldiçoo quem me toma a cadeira,
Tal sussurro primaveril, a vontade é de pertença,
Sou eu a criança preta no abismo tal brincadeira

É a vida verdadeira o inimigo da vera crença
Pois deixamos para trás os beijos sob a Oliveira
Por isso de mim próprio fiquei para trás tal doença.