terça-feira, 9 de abril de 2024

Emaranhado

Passando por aquilo pelas poças de água reflectido,
A refracção no olhar aberto de vidros embaciados,
Faz frio entre o vazio e o efémero é sempre o ido,
O amigo do Outono quebra-se em partes e bocados,

E dos fragmentos parecem não advir belos momentos,
Somente mais restos de algo ao vento e brisa deixado,
Por isso me dói o ar e o peito sob estes céus cinzentos,
Sem conseguir prosseguir adiante perante o sonho adiado,

Resignado a andar à deriva sob um luar triste de solidão,
Vou por onde não me encontro, e por fim sou não encontrado,
E mesmo que vá e me encontre, já se me quebrou o coração,

Não obstante de quem por lá passou ou quem tenho amado,
A tentativa do adiante, a tentativa de novamente dar a mão
É ilusão do poeta, a desilusão do amador, sem voz no soletrado.

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