terça-feira, 9 de abril de 2024

Entre Quatro Paredes e Mil Espinhos

Pesa-me o espaço onde sou porção fragmentada
De um homem procurando o Inteiro, à desfilada,
Falta-me um pouco de amor para me dar sentido,
Alguém que me dê a mão e carregue este apelido,

Lábios descarnados, apelo à eternidade, sabendo a lar,
Contudo tal pegadas na areia que pretendem não ficar,
São o fogo na água e momento para um olhar cerrado
E uma mão que não encontra a outra no outrora beijado,

E é tão difícil caminhar sem tacto neste lúgubre caminho,
Pois de todos os trilhos este é o que ocupo ainda sozinho,
Vai-se o sorrir, vai-se o sorriso, cai a bruma sem firmamento

Entre horizontes deveras distantes, assim me arrasta o vento!
E eu, entre quatro paredes e um tecto, deixo este triste poema,
Hei-de morrer de pé e solitário e com espinhos como diadema!

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