quinta-feira, 4 de abril de 2024

Sob o Caixão dos Sonhos: Uma Elegia para a Busca e a Perda

Faltam-me sonhos para me manter acordado,
A cor própria da procura por o único semblante
Que leva ao inteiro, que busca o último bocado,
Que nos faz perceber a Vida e nos torna presente,

Desperto com sonhos colocando-os leves na algibeira,
Contudo é um oceano, é um deserto entre dois amantes,
Um labirinto e um abismo preenchem-me até chegar à sua beira,
Enquanto conjugamos dois particípios passados, somos distantes,

Quebra-me o coração e resguarda-o numa sepultura feita de plumas,
Cantando a eterna elegia, murmurando a cela em maiúsculas soletrada,
As carícias são parte do passado, as cicatrizes o que este poema perfuma,

E é o vento possante que nos arrasta para longe, sou só um transeunte,
Em breve para nos tornarmos estranhos na longa e branca estrada,
Por isso um último suspiro sobre o caixão, que sua resposta nos pergunte.

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