terça-feira, 27 de agosto de 2024

A Queda do Sonhador

Esta é a queda do sonhador do apogeu do alcançado,
Onde Deus se ri de seus planos, a triste atribulação,
E onde as lágrimas caem nas páginas do rascunhado,
Vagões mortos na vertical por um contrafeito coração,

E mesmo assim não somos ao Céu qualquer chegada,
Reticentes quanto ao que passou, quanto ao que virá,
Perdoa dizê-lo, parece que temos a alma amordaçada,
Olhos postos nos relâmpagos da tempestade que cairá,

Milhões de sonhos acordados perdidos onde a ouvia
Renitente, cura a sua alma, dá-lhe o bilhete de partida,
Mesmo que nunca mais volte, antes apenas a pretendia,

Em estações esquecidas pela poeira, pela vontade de viver,
De onde vidros azuis são horizonte e esta vontade rescindida
Não mostra a tinta cinzenta que se evade do Céu, é deixá-la morrer.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.