segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Armadilhas do Firmamento

Há armadilhas penduradas dos pés do firmamento, 
Escondendo a tristeza atrás de olhares penitentes,
Onde de outrora dois raiou deste protelado casamento,
Não adiado, mas arruinado no trilho dos renitentes,

Essas emboscadas são para os sonhadores esperança,
Para que quando não alcançadas a sua misera fracção,
Fracturados até sua utopia se tornar só lembrança,
E fugirmos da herança cerúlea onde se vicia o coração,

Escrevo palavras tal mágoa de um pianista perambulado,
Dentre margens e lugares ainda por serem em nós visita,
Esqueçam… o poeta foi de novo por si próprio prorrogado,

São as notas e os acordes desta estação ondeando ao vento,
Finando-se num olhar cerrado, num destino de si parasita,
Aonde anjos fizeram aterragens forçadas em porto turbulento.

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