terça-feira, 10 de setembro de 2024

Viandante no Nevoeiro

A noite vem e cai que nem uma cortina sobre este olhar,
Navegando tal idos fantasmas por quartos poeirentos,
A vida parece um fardo, parece que para nós não há lugar,
Pois o passado se tornou fracção de mil e um fragmentos,

Pois o viandante está longe da origem, apartado da chegada,
Esqueceu-se do seu trono, da sua coroa, do seu celestial legado,
Onde as estrelas fulgiam, perto da sua pele, doce e sossegada,
Pois deita-me outra bebida e eu deixarei este amor alfandegado,

Sim, estou perdido desde que se escapou a sua mão da minha,
O doce ideal, quase fatal, aprimora-se a necessidade de uno ser,
Quem me dera conseguir, quem me dera reter essa torpe ladainha,

Tomei o que merecia, e é nenhum ou qualquer um o aprendizado,
Vai o orfão pela estrada sem fim num nevoeiro que não deixa ver
O que poderá vir, o que poderá colar num coração estigmatizado.

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