sábado, 29 de fevereiro de 2020

Ouçam-me seus Filhos da Puta

Não sou o Kurt Cobain nem Robin Williams nenhum ,
Mas sou um rockeiro filho da mãe, sou a agulha partida
Que traz o demónio em si, a puta familiar, sou algum
Pino sem sinalização, a cabra da generalização, a batida!

E esta segregação de mim para mim fode-me a globalização,
Eu sei que estás perdido apesar de perfeitamente encontrado,
Mentira, já me perdi mais a mim do que a ti sem me ter procurado,
É só esta a vontade, a vontade de ir sem trela, ir sem ser achado,

Tu que ardes sem arder, tu que preferes a não vida ao morrer,
E sonhas sem tentar alcançar, que esqueceste o ir e o buscar,
A correção outrora partida, a quase revisão, a factura do querer,

Iremos ser vidas passadas, voando para casa com cada "a tal",
O do-li-ta, o actuar sem palco, o pior dos actores a representar
E eu voarei para casa portanto vejo-vos um dia no meu funeral!

sábado, 15 de fevereiro de 2020

Há Coisas Que Eu Fui Que Tu Nunca Deverias Saber

Esta montanha que subo sou eu, eu sou a montanha,
A última e seguinte batalha para a vencer, para viver,
Vislumbrai a guerra do ontem, que é quem me acompanha,
Sou eu, a cicatriz entreaberta, a beleza na morte sempre a morrer

Enquanto procuro uma flâmula interior, eu brilho, eu vou e viando,
Eu sou a e na jornada pelos pés largada, esta verdade, esta ilusão,
Eu sou a última verdade que para mim importa, selvagem e brando,
Que quase passa sem se ver, que é esta falsidade, que é este coração,

Imaginai a vida como uma silhueta e então na noite caminhantes,
Ireis para longe do lugar que ocupais aqui, além do bem e do mal,
Notando que para sempre deste trilho seremos os últimos viandantes,

Somente ninguém se aventura para lá da luz, minha linhagem findará,
Este sangue largado na lágrima largada no suor, eternamente marginal,
EU sou a tempestade, EU sou a ovelha, eu sou em ti, por aqui e por acolá.

(A reticência para lá do ponto final...;)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Chromované

Para sempre haverá impressões digitais no cadáver do passado,
Foste ruínas, morte e decomposição, foste ausência de perdão
E entretanto do perene ruído fez-se silêncio, fez-se o bocado,
Quando a estrela do norte nem apontava para o resto do coração,

Por um eco reverberado em corredores à ausência deixados,
É uma vida sem viver, é tempo de ir e acordar - hoje, 
Pois há corações ao vento, por si bem quase amados,
Foi quando o velho se fez ao trilho de quem de si foge,

Pois para os mortos somente um sonho é esta vida,
E se todas as donzelas vão para o céu só o céu sabe,
Então se espero, se vou, se em mim sou também escapulida.

Que brevemente haja espaço para as palavras inauditas,
O tesouro a encontrar, eu sou o portão que enfim se reabre,
Eu sou toda a implosão de supernovas neste sonhar escritas.