terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Deus Sorri: No Simplesmente Ser

Somos ilhas, cedidas a mares tumultuados,
Deixando em suas pegadas beijos ao vento,
Preenchidas pelos passageiros já elipsados,
Porém presentes em restos que neste alento,

Neste fôlego que estende as velas adiante,
Através da multitude de trilhos desta viagem,
No infindo que não chega e vai num instante,
E parece mais um ir e vir pela mesma miragem,

Sim o inevitável, é perfeito quando acontece,
O acontecer é inevitável, é principio, é aragem,
Serei o espaço para esse milagre que entretece,

A beleza tão precisa deste ângulo nesta passagem,
Seja ele qual for, é perfeito ao ser, o divino enaltece,
Deus sou eu se me deixar ser... o restante é paragem.

Do Ver Pt. III: Aos Ilhéus como as Cores do Arco-íris

Acordado para o sol, ainda dormia,
Entre a terra e o céu num belo arco,
Era outra nota da universal sintonia,
Tendo a chuva e a luz como barco,

És Deus pois tocas-me com beleza,
Em mim doutrina, principio e crença,
Vives no beijo dos arco-íris, na pureza,
Do olhar que Vê e sabe sua pertença,

Onde alguns ainda se vertem pelo céu,
Suas essências coloram o brilho do dia,
Sobem e acima, elevam do Belo seu véu!

Não sois reais, sois a concreção de magia,
Sois o Ósculo do cerúleo, de ilhéu em ilhéu,
Pois em cada um, uma nova cor então surgia.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Do Ver Pt. II: O Reflexo das Cores Sem Nomes

 Na procura de cores sem nomes
Onde o especial seja o indizível
Que o cosmos se atinja em epítomes
No reflexo desta íris e no indescritível,

Preenchido em anos o passageiro,
E trilhos sem mapas azuis que passam,
Advindo em apêndices rumo ao inteiro,
São as estações que o semblante traçam;

Alguns de nós ainda olham para o céu,
Esperando pelo instante, pelo seu tudo,
Que seja aqui e em mim, que seja eu!

No arco da íris aquela, a luz reflectida,
Neste eu que é tão pouco e contudo,
Com o resto, é maior que a própria vida.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Do Ver: O Reflexo da Passagem

Em multicor, a íris o mundo captura,
E a asa do Sonho alastra sua fragrância,
Pelo rascunho, do molde para a gravura,
Que passa por além e transpõe a distância,

Do aqui em diante e para lá do inteiro,
O eu é pouco, mas neste eu e no resto,
Há tudo, da noite à luz de um candeeiro,
Entre o gémeo simétrico, apenas um gesto;

Gesto esse que passou e passará um dia,
Entre o sol e o seu ofuscar no contínuo ser,
E nessa passagem há de novo harmonia,

Mesmo quando cessarem as nossas cores,
E ressoar o silêncio… convém não esquecer,
A luz é pincel na íris, do reflexo somos pintores.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A While

On the door I heard a knock,
Late it was on the clock,
But outside the storm was falling,

And a man in worn shoes,
Forgot to pay all Her dues,
And perhaps I’ve already met him elsewhere,

And the stranger did confess,
“Tonight I’m your guess”,
And I guess everybody changes a while,

From somewhere, where She does lay,
(With) a tattered dress (yet) a flourished bouquet,
When even the wind delays to answer her own calling,

Of purest Life pouring within,
Fully released from man-made sin,
The first rainbow upraised from this very place ,

Then the stranger did confess,
“Tonight I’m your guess”,
And I guess everybody changes a while,

“Hear me now my warm friend,
For somewhere lies our end,
But you know everything lasts for a while”,

Then his eyes did dilate,
Upturning to find their fate,
And I swear that I could see them shining,

In a hill away from town,
He was lost, I was found,
And to think everybody changes a while.