Em multicor, a íris o mundo captura,
E a asa do Sonho alastra sua fragrância,
Pelo rascunho, do molde para a gravura,
Que passa por além e transpõe a distância,
Do aqui em diante e para lá do inteiro,
O eu é pouco, mas neste eu e no resto,
Há tudo, da noite à luz de um candeeiro,
Entre o gémeo simétrico, apenas um gesto;
Gesto esse que passou e passará um dia,
Entre o sol e o seu ofuscar no contínuo ser,
E nessa passagem há de novo harmonia,
Mesmo quando cessarem as nossas cores,
E ressoar o silêncio… convém não esquecer,
A luz é pincel na íris, do reflexo somos pintores.