quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Amarras Soltas e Em Contramão, o Coração

Arregaço as mangas e enfim vem a despedida,
Chegada a hora de soltar as amarras deste cais,
Ande o vento me levar nesta vontade desmedida,
Irei, deixando por cá segredos que não ouvirei mais,

Era a noite, era a lua cheia, primeira dentre tantas,
Fugindo do Sol, escapando da sombra, doce ansiar,
Perdido entre mil contos de fadas, onde me acalantas,
Onde me sossegas e consolas, será esse o eterno lugar?

E com tanto caminho, tantos passos dados, tenho crescido,
Sendo infimamente pequeno tal passarinho recantando,
Seu brilho sussurra-me, pois, um pouco de vida ao ouvido,

Mesmo vindo o carro em contramão, a quebra do coração,
Encontrarei algures no vértice da estrada o estar estando,
E o ser simplesmente sendo, lentamente voltará a inspiração!


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