terça-feira, 31 de maio de 2016

Quebra-me o Coração

Quebra-me o coração, delicadamente,
Não importa mais nada neste mundo,
Me hei tornado um imenso descrente
De meia verdade em silêncio profundo,

Incessante procuro sem ter olhos para ver,
Por alcovas sombrias e vielas escuras,
Com o este meu peito sempre a arder
Aonde vou e caminho em desventuras,

Por tristeza esta me dói o céu e a terra,
Por favor, uma última carícia ou abraço,
Pois esta escuridão que a alma encerra

É suficiente para me agarrar pelo braço
E me levar entreaberto pela sua guerra
Enquanto eu feneço cinza em cansaço.

sábado, 28 de maio de 2016

Sonhos e Mortos

Sonhos e mortos vividos em mim,
O vento varre-os sem alguma pena,
Quando eu for espero ir mesmo assim,
Num fechar da cortina, cortar da cena,

Preces nocturnas encerradas num presságio,
Silencioso para esquálidas faces sem expressão
Para eles contarei em espécie de voz o adágio
- Será inteiramente possível viver sem coração?

Estes versos são para a caixa de pinho encerrar,
Os sussurros e murmúrios de um outrora calado
Ensurdecem quem não os consegue bem silenciar

Amor, hoje que morres, deixas chagas de paixão,
Para onde irei só há a Vida que me há deixado,
Mesmo assim por lá irei, estação a estação.

Quanto Pó

Quanto pó na estrada há para respirar?
Quantos caminhos não foram andados?
Quantas donzelas haverá para amar
Pelo cruzamento dos sonhos adiados?

Quanto vento há para me engasgar
De caminho outrora percorrido?
Não importa mesmo por onde andar
Desde que cheguemos em sentido,

E chegar tem a sua própria perícia,
Algo inexplicável repleto de magia,
No beijo de uns lábios, numa carícia

Encontro o reencontro com um dia
Em que era completo e em delícia
Sabia qual o caminho para a alegria.

As Entranhas

As entranhas escritas no caderno de poeta
Aí sarrabiscava suas recordações inteiras,
Entre páginas e folhas sua vida secreta
Do que tinha ficado ou caído das algibeiras,

Ele passava com os olhos rasos de água,
O estômago revolto todo em guerra
Que não envolvia o Sol e era a mágoa,
Essa retentora que ao poeta encerra,

De horizontes para um ponto parado,
O colibri já não anda por aqui a voar,
O poeta pela donzela já não é amado

Então espera não tendo pelo que esperar,
De mão no peito, de peito bem cravado,
Sem bem saber como enfim chegar.

A Multidão se Acerca

A multidão se acerca e eu sempre sozinho,
O viandante tinha criado um trilho de nada,
Já tinha ido e vindo na silhueta desse caminho,
Porém nada ainda lhe sabia sob a chuvarada,

As suas lágrimas juntavam-se à sinuosa chuva,
Era triste não florirem sementes de seu olhar,
E lembrar o beijo eterno e ser na mesma viúva
De uma beldade que já não conseguia beijar,

Atravessando um deserto tão estéril de cor,
Onde não há espaço para sorrir e brincar,
Não, apenas traz tristeza, apenas traz dor

Este só e apenas dá vontade de soluçar,
Mas que saudades do seu tépido amor,
Neste tempo que não tem em si lugar.

Entardeço

Entardeço, debruçado à janela azul,
Passeiam os monstros do passado,
Os pássaros não emigram para sul
O escrito no caderninho está errado,

De ouro falso estes olhos fulgem,
Meio perdidos do que é o real,
E neste peito apenas uma nuvem
Que oculta o sol e o outro astral,

Que remete para a morte completa,
Não há quem nos salve deste fado,
Lá vai ele coitado, o efémero poeta

Que sua história ainda não há contado,
Para além dos botecos e da sarjeta
A quem ele se há tanto confidenciado.

Um Poema Incompleto

Um poema incompleto para quem incompleto está,
Passam as estações e o vento leva-nos por onde vai,
Tenho indo e tenho ficado andando imóvel cá e lá,
Só tenho sofrido e tido prazer que só vós sonhais,

Tenho mil e uma cicatrizes que se tornam feridas,
Não tenho percurso volante por onde possa andar,
E de todas estas mil chegadas, destas mil partidas
Não faço ideia de onde posso realmente estar,

E tenho saudades de coisas não humanas, algo maior,
Da sua mão na minha, música, palavras de veludo,
Era quando sorria face à lamparina de candor

Que sabia não ter nada contudo sentia ter tudo,
Quando morrer, enterrem-me em pó - meu amor,
Pelo menos dessa forma mais ninguém desiludo.

Mendigo Amor

Mendigo amor em letras minúsculas,
Letras escritas por mim nesta vida,
Suando a pão e vinho e esdrúxulas
Em labirinto interno vejo-a perdida,

É tarde de mais para um último beijo,
O tempo passou e só falta o amanhã,
Reparando que não é o que almejo
Responsável pelo que se passa cá,

Para mim só existem o ontem nosso,
Tudo o resto não importante para mim,
Façai de meu leito algo que seja vosso,

Perdoai meus maus tratos, diga que sim,
A culpa roí-me até aos quebrados ossos
Será então este finalmente o final enfim?

Insano se Integra

Insano se integra na palavra em verso,
Impactos entre os cantos do espaço
E donde era, tornei-me no inverso,
Através do vidro azul tão baço,

Feri aquela que tenho tão bela,
Sou o monstro dos pesadelos,
Magoei minha doce donzela,
Só me lembro de seus cabelos

Onderarem soltos à brisa ferida,
E gritos e berros e o desespero,
Perdoa-me amor, minha querida,

Este amor em obsessão não quero,
Fazer-me-ei à rua em triste partida,
Não sou digno, a mim me malquero.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Relva Molhada Sob Estes Pés

Relva molhada sob estes pés de algodão
Por onde vai a Lua quando as nuvens vêm?
Esbelta e delicada desliza por esta mão
E se esconde onde mil e um poetas têm

Cativando inspiração achando seus passos,
Transviados ao caminho, indo sós ou sozinho,
Dormitando leves apenas se houver regaços
Feitos de estrelas cadentes com tal carinho

Que mil versos brotem tal água da fonte,
E seu rasto se apague perdendo-se a pista
Tal a Lua ausentando-se sob o horizonte

Somos dois amantes nunca encontrados
Desfrutando singelamente desta vista
No lugar onde nos damos por amados.

E Vencemos a Morte

E vencemos a morte se vivermos em Vida,
Pobre de quem deixa e espera a lamparina
Pois ao resto desta pequena porção, à partida,
Somos apenas o que deixamos desta ruína,

O sangue e o suor será um dia apenas poeira,
Fruto de toda uma passagem sob o sol quente,
Não há tempo para parar devido à canseira,
Há que viver o que é vida, viver o presente,

Pois em breve a morte trará seus dedos esticados
E o descanso eterno será numa caixa de madeira
E repouso a todas as porções, instantes e bocados,

Serão guardados apenas os que colocamos na algibeira,
Eventualmente deslizaremos por esverdeados prados,
Convém amar o instante sem ser envolto pela cegueira.

Sonhámos Enquanto

Sonhámos enquanto a noite chega,
Inconscientes a esse fugaz retrato,
O fragor da brisa a mente sossega
Nesta vista de olhar bem abstracto,

A pela rugosa, coberta de escarpas,
É contorno para o coração que bate,
Ouço-o harmonioso tal mil harpas
Sob o suave e leitoso céu escarlate,

De cima de um muro a passagem
De estrelas cadentes vem fácil
E de toda porção desta viagem

É à sua imagem que me contento,
Sua estatura tão delicada e grácil
Que suavemente leva o vento.

Dormitando Encosto

Dormitando encosto esta cabeça à Lua,
As viagens relembram outras estações
Onde a verdade nem era nua nem crua
Porém não havia espaço para ilusões,

Nestas ruas tolhido pelo seu cinzento,
Sozinho navegava por outros mares,
Atravessando e indo à mercê do vento,
Quando nem havia casas ou lares,

Perdoem a orla do Universo onde sou,
Não pretendia mais do que só ser
E agora que parto, agora que vou,

Já nem bem sei mais o que hei-de ver,
Nesta viagem só que ao mundo dou
E que nem sei se está a acontecer.

A Beleza da Manhã

A beleza da manhã indo pela noite fora,
Estrelas que beijam o poeta na face,
Lembrando-se ele de viver o agora
Onde o moribundo já não passe,

Já tinha ele tanto coração, tanta alma,
Encharcado por cadentes doutra hora,
Cutucando de leve, suave e calma
Enquanto enfim ia surgindo a aurora,

Tinha saudades de tempos amados
Deixados à mercê deste vil Tempo,
Que intransigente era aos bocados

Disseminando-os pelo agreste vento
E não conferindo asas ao alado
Na eterna viagem pelo firmamento.

Vestígios de Passos

Vestígios de passos de quem passou um dia
De mão dada, despreocupados e preenchidos,
Era tão panorâmica a vista, era feita de magia,
Éramos nós os dois juntos, por âmbar retidos,

Por jardins esquecidos éramos ambos perdidos,
Encontrados por paixão, recordados por dois,
A morte não tinha lugar, só os tons coloridos
E o não saber mesmo onde ficar ou ir depois,

O mundo era bola de brincar, roda infinita,
E eu sabia o que era amar, tinha-a nesta mão,
Até vir o vento e levar o que era a minha pepita

E me bufar para bem longe como dente-de-leão,
Ela correu a distância, em mim já não acredita,
Já não a tenho para partilhar um meio de coração.

O Poeta Escondia-se

O poeta escondia-se então em seu rosto,
Adiando colocar um ponto final no findo,
Ela trazia-lhe tristeza, trazia-lhe desgosto
E afastava tudo o que era belo - era lindo,

Pensava ser somente a sua respiração,
Entreabria-se como se fosse janela,
Arfando fatigado à porta do perdão,
Não a abria e então ressentia-se dela,

Zero graus ao sol, o dia que não vinha,
Trazendo consolação de um outrora
Pois o que ele queria ele já não tinha

Porque já muito tardia era a hora
E era tão difícil traçar a linha
No coração ausente que demora.

Esperámos Por Todo Este Inverno

Esperámos por todo este Inverno,
Pelo Outono e Verão também,
Pelo fim deste tenebroso Inferno
Pela Primavera que não vem,

Tantas saudades de nós sob o Sol,
Calcando assim folhas caídas
E das tropelias sob o lençol,
Trocava-as agora por uma vida,

Pois poeta já não sou mais,
Sou pena deixada à estrada,
É triste admitir a perda do cais

Mas parece já não haver nada,
Só esta ânsia e coisas tais
Que na pele tenho cravada.

sábado, 14 de maio de 2016

Olhos Topázios

Olhos topázios límpidos como a água,
Descansa tua cabeça no meu ombro
Que enfim desapareça toda a mágoa
E levantemos este pesado escombro,

Um livre sorriso pincelado a beijo
Traço seu corpo a dedos incertos,
Na volúpia dessa noite de desejo
De braços e olhos bem abertos,

Escuso o impossível sem sequer querer,
Toda tu na sombra da minha mão,
São as noites que não irei esquecer

Onde éramos a concha mais suave
Acervada neste estranho coração
Que o ontem um dia se descrave.

Por Onde Vai a Noite

Por onde vai a noite pelo firmamento
Quando o Sol cai por trás do horizonte?
Ouvirei sua voz, escutarei seu lamento,
Enquanto vou por desmoronada ponte?

Vejo-a frágil enfim encostada à parede,
Esperando pelo vagão do esquecimento
E por fonte para saciar esta minha sede,
Enquanto passa o instante, o momento

Pelo tropel insano das horas solitárias
Perdurando num clamor à distância,
Escrevo em sua honra mil e uma árias

Na esperança de acalmar esta ânsia
Sussurrando às sombras a luminária
À esbelta noite e a sua fragrância.

Pintava-se Uma Sombra

Pintava-se uma sombra no regaço
Ia-se esperando pela hora de viver,
Sorrindo escondendo o cansaço
Do ignorar o pelo quê morrer,

Pálpebras pesadas feitas de chumbo
E a noite que teimava em não poisar,
Por ela me findo e nela sucumbo
Neste insano e louco inferno de amar,

Era ela então tão escura e tão triste,
Passava-lhe as mãos pelos cabelos
E era como se nada mais existisse,

Recriava enfim no ar enormes castelos,
E gritava sem que ninguém ouvisse
Ao som inarmónico de violoncelos.

Entre o Sonho e a Madrugada

Entre o sonho e a madrugada acordada,
A maré trazendo ondas de vagar revolto,
Espera-se, imóvel, pela própria chegada
E de um beijo de um dia outrora envolto,

A noite traz sonhos feitos de desprazer
E a fatiga de um instante transiente
Vejo-me perguntando o que fazer
Para ser um pouco mais paciente,

Eis-me debruçado sobre o céu estelar,
A mais bela noite passando sozinha
Esperando que ela nunca vá acabar

E venha comigo onde não há morrinha,
Me relembrando enfim o que é amar
No lugar que o sol e a luz sublinha.

Ladeado Por Semblantes

Ladeado por semblantes de um dia lento,
Coloco a mão na algibeira e tiro um lenço
Para limpar a lembrança de outro momento
E o sentir de um amor mais que imenso,

Algures encontrado numa casa perdida,
Iria ela em meu encontro pela metade?
Cansa-me o adeus, cansa-me a despedida,
Acreditai em mim, digo apenas a verdade,

Nesta vida só procuro um pouco de sossego
E que este seja mais do que um instante,
Preciso de abraços, preciso de aconchego

E daquele beijo que leva apenas adiante,
Sei que é difícil praticar a lei do desapego
Porém sei que algures há o horizonte distante.

A Algibeira Vazia

A algibeira vazia da Dona Morte
Tem espaço para outro homem,
Perde-se o sul, perde-se o norte,
E os sentidos em si enfim somem,

Vendo subtis reflexos à flor da água
Será a vida a sombra da servidão?
Espero que não, isso traz mágoa
E remove as asas deste coração.

Que vida esta de ombros curvados,
Silêncio impregne é o meu nome,
De joelhos rotos e sonhos adiados

Será feita de quê esta vida, esta fome?
Um outro tom de cinzento bastardos
Que todos viola e que a todos carcome...

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Amor...

Amor… vai e deixa a porta bem aberta
Quando partires deixando-me sozinho,
A luz da vela agita-se tão e tão incerta
E pouca claridade traz a este escaninho,

Amor… vem e deixa a porta bem fechada,
Quando voltares e me trouxeres alegria,
Então passarás entre a bruma cerrada
E eu saberei de novo o que é magia,

Amor… vem e toca-me... Traz-me paz,
Preciso do teu toque e desse enlace,
O resto então que vá pelas horas más,

O tempo que vá e o mundo que passe
Pois serás tu o que a alvorada trás
Espelhada no sorriso da minha face.

A Sombra Obscurecida

A sombra obscurecida e foragida do sol,
Por vales fundos e altas montanhas
Terá tropeçado em seu próprio anzol,
Olvidando assim suas próprias façanhas,

Onde o sol brilha ela não se passeava,
Ia por entre trilhos ladeados pela lua,
Mesmo dentro de si luz não encontrava,
Faltava-lhe a alegria que antes era sua,

De escarpas bradava aos céus sua dor,
Sozinha e solitária em torpor profundo,
Poucos sabiam de si, ela não tinha amor

De quem outrora era todo seu mundo,
Era a sombra, sombra em seu redor,
Tudo bem negro até ao seu fundo.

Hão-de Haver

Hão-de haver pinturas de sua delicadeza,
Espraiadas em paredes feitas de algodão,
E por esses recantos haverá enfim beleza
Como almejo tocar-lhes com esta mão,

Desenfreado bate no peito o coração,
Ignorante quanto para onde pode ir
Mas aberto como asas de um gavião,
Como o consigo plenamente sentir,

Aquele pescoço e peito é minha perdição,
Lugar onde alegremente faria guarida,
Ouçam pois este pedido, esta canção,

Há instantes em que ela não é ouvida,
Porém em seu olhar tenho a razão
Para continuar a viver nesta vida.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Prisioneiro Arrastado

Prisioneiro arrastado para o esquecimento
Coberto por cinza de uma ida alvorada
Que ouçam os demónios este lamento,
Suplico apenas por um pouco de estrada,

Por onde vou o dia é noite bem escura,
Eu inconsciente perante o seu perigo
Sei pouco pois nem nenhuma luz dura,
Será que em mim encontro o inimigo?

Percorrendo a noite e vejo-a sem fim,
Quando um beijo de amor verdadeiro,
Será que esse só o encontrarei em mim

Pois sabei que em mim sou forasteiro,
Com todos os sonhos sei que assim
Até quando durará este aguaceiro?

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Suspiro sua Ausência

Suspiro sua ausência com o coração,
Entremeado entre margens e cantos
De quando é que ir se torna solução,
Fico à mercê da queda nos recantos,

Nos botecos, nos alguidares perdidos
Entre as vielas da perdição dos fracos,
Vou por onde a lua se dá aos desvalidos
De passo a passo, buracos e buracos,

Chega o sono de toda uma passagem,
A queda é breve e de olhos fechados,
Que melhor forma de concluir a viagem,

De andar por cá já estamos nós fartos,
Deste passar disléxico de veres abismados
Onde nem a luz entra neste negro quarto.

Vou Cantado o Choro

Vou cantado o choro do coração vadio,
O fado de quem é astro incandescente,
Repleto de passado e de futuro vazio
Ao abrigo de um quarto decrescente,

Eu sou ainda a essa donzela cativo,
Ninguém tem lugar neste triste trilho,
Vociferam as horas ao morto vivo,
Mãe porque olvidaste teu filho?

Pensando nela choro contra o tempo,
Trauteando a melodia feita de solidão
Enquanto a chuva cai contra o vento

E viver a vida mais parece maldição,
Que venha o cais não o encarceramento,
Alguém cante comigo a dois esta canção.


segunda-feira, 2 de maio de 2016

Olhos Cravados

Olhos cravados ao abraço da solidão
Vejo semblantes sem terem contorno
E onde vai a minha já não está a sua mão,
Será este enfim o ponto sem retorno?

Só mais um beijo e a partida então virá,
Por favor não me deixes para trás,
Por onde irei, o que de mim será
Ao tiquetaque das horas más?

De quem a sombra já não o segue,
Ela já não está cá, já não me quer,
Que nas ruas escuras encontre albergue,

Santuário para os perdidos da vida
Quando já não há quase nada a dizer,
Amor, desejo-te bem à nossa despedida...