Sonhos e mortos vividos em mim,
O vento varre-os sem alguma pena,
Quando eu for espero ir mesmo assim,
Num fechar da cortina, cortar da cena,
Preces nocturnas encerradas num presságio,
Silencioso para esquálidas faces sem expressão
Para eles contarei em espécie de voz o adágio
- Será inteiramente possível viver sem coração?
Estes versos são para a caixa de pinho encerrar,
Os sussurros e murmúrios de um outrora calado
Ensurdecem quem não os consegue bem silenciar
Amor, hoje que morres, deixas chagas de paixão,
Para onde irei só há a Vida que me há deixado,
Mesmo assim por lá irei, estação a estação.