Entardeço, debruçado à janela azul,
Passeiam os monstros do passado,
Os pássaros não emigram para sul
O escrito no caderninho está errado,
De ouro falso estes olhos fulgem,
Meio perdidos do que é o real,
E neste peito apenas uma nuvem
Que oculta o sol e o outro astral,
Que remete para a morte completa,
Não há quem nos salve deste fado,
Lá vai ele coitado, o efémero poeta
Que sua história ainda não há contado,
Para além dos botecos e da sarjeta
A quem ele se há tanto confidenciado.