Aqui confesso esta noite desejando ser alvorada,
A manhã que não regressa, o espaço da ausência,
Trovas e sonetos, princípios e fins da madrugada,
A verdade é que sou vazio e solidão em essência,
Persianas fechadas, camas desfeitas e emparedadas,
Procurando sofregamente sua mão na minha, o dilema
É que a ampulheta findou imaginando duas mãos dadas,
E assim se faria o triste feliz, ainda mais belo seria o poema,
Por isso busco a amnésia, uma outra forma de esquecimento,
Murmurando pela ruela nocturna o que ninguém ousa pensar,
Somos amantes feitos estranhos, não há sequer pertencimento,
Somente fumo sobre a água, iris num qualquer tempo perdida,
Reflectindo nas lembranças pousadas num sepulcro - um penar,
Entardeço com a Aurora tal a estrofe ao fundo do baú cedida.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Entre a Noite e a Aurora
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