terça-feira, 24 de setembro de 2024

Na Berma da Saudade

Entre o momento ido e o instante entretanto pausado,
Relembrando os traços dos beijos perdidos, não dados,
Encarando o perdão invertido, o toque por si fragmentado,
Por lágrimas então polidas por círculos tornados quadrados,

Trago a algibeira cheia de esperanças por palavras fracturadas,
Os toques suaves e mornos em mil sonhos por estrelas deixados,
Perdoa-me por nunca ter sido o que querias, as nascentes secadas,
De sentimentos para poder exprimir a carência de amantes separados,

E enquanto durmo querubins passam-me expeditos através das retinas,
Mensageiros do inaudito, do divino, do perecível perante a humanidade,
As andorinhas atravessam o céu e abrem o trilho para terras clandestinas,

Pois tudo me faz relembrar dela, de um amor morto na berma da estrada,
Sem luzes radiantes no fim do túnel, entre o céu e o inferno esta orfandade,
Em jazigo aberto, vala e sepulcro desta triste noite até ao início da alvorada.

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