segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Fragmentos de Areia e Tempo

Há cortinas ondulando ao vento no olhar desafixado,
Sem sono que me socorra, que me leve para o além,
Com estes olhos cansados levados pelo outrora andado,
Que trago aos ombros tal escombros, podia caminhar sem,

Há pesadelos ainda por ter numa vida que continua adiante,
A sua ausência lembra-me o quanto que estou ainda perdido,
Por isso vou entre os cantos e as esquinas num voo inebriante
Sem as asas, sem voar, de coração na mão a querer ser vendido,

Se ficar em casa longe do frio e da chuva a Vida passa-me ao lado,
E a sua querida face manifesta-se entre os novelos destes tempos
Sem rosto, num caminho vou correndo melancólico e obnubilado,

Pelo resto da Vida ou por um bocado, perdi de mim fragmentos,
Vejo-me reflectido pelos vidros azuis de mil e um contratempos,  
Trago-te tal areia entre os dedos e para sempre são esses momentos.

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