terça-feira, 23 de abril de 2024

A Despedida

Aqui divergem enfim os caminhos de dois perdidos,
Não mais temos a mão na mão, um futuro potencial,
As ondas oceânicas estilhaços nos dedos então urdidos,
Por mim, por ti, um para sempre a enlevar a ferida com sal,

Incompleto, fragmento da porção tida como um anseio,
Nascemos para um outrora podermos fenecer sozinhos
No abraço ofegante de uma liberdade onde me rareio,
Somos indiferentes perante o vindoiro redemoinho!

Prorrogáramos o inevitável fim, sem indulto ou perdão,
Este tempo e distância enfim serão campeões, a tristeza
É cair na real e perceber que sim, enfim perdemos o chão,

O resto é absolvição, o compreender que há também beleza
Na queda, na mágoa, na vontade terna de morrer do coração,
Pois se um dia fomos a altura, que sejamos agora a profundeza.

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