Confissões do poeta a um ainda visível rosto lunar,
Por entre a bruma, entre a noite a inevitável perda,
Entre os dedos ela escapou-se ficando um triste pesar,
O sonho sonhado lacrimejado da direita para a esquerda,
Passou o nosso instante, a distância reclamou o momento,
Dentre as margens ficou o afogado, eternamente encurralado,
Somos sepulcro, caixão e o espaço que percorre atrás do vento
E o coração é pó em cachoeira e através do tempo é enfim embalado,
E por fim não há beleza, já não há o seu olhar, nem aquela mão na mão,
Vem a brisa e o tumulto, vou por onde não sou sequer já encontrado,
É a vida a seguir caminho via trilho de vagão passando por cima do coração,
Estes bolsos de lembranças rasgados, este olhar novamente semicerrado,
É o reaprender a justificar o dado, o perceber entre o dizer sim ou o não
Ao próprio poema, mas a ela estou e estarei indubitavelmente amarrado.
Blog do músico e poeta português Joel Nachio onde este vai escrevendo e reunindo escritos poéticos.Tal como as músicas são compostos de forma única a partir do mais sublime reflexo, em retoque, do seu sentimento e poesia. Alguns poemas já pertencentes a livros, outros ainda "frescos" e originais no website...
domingo, 28 de abril de 2024
Vínculos da Ausência
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