segunda-feira, 28 de agosto de 2023

Reflexões de um Caminhante Solitário

Estes passos antecedem os tempos doutrora,
Ouço-os levemente pelos corredores entoados,
Esculpidos algures entre o crepúsculo e a aurora,
Doces pedaços vigilantes de facto de outros bocados,

Pássaros fugidios distintos somente pela sua coloração,
E eu encostado à berma da estrada, com mãos de velho,
E um corpo enxovalhado, batendo apenas parte do coração,
Esquecido pelos demais, de olhar baixo, sem reflexo no espelho,

Num breve silêncio, olhando para o interior da alma, envolvente,
Onde pontos abstractos lideram o caminho e eu quase sozinho
Quase vejo a origem deste caminhar, o olhar de uma nascente,

À passagem, à quase intenção de falar onde palavras eram perdidas,
Então sussurrava, indistinto, diferente do habitual, lá ia o rapazinho,
Feito velho por dentro, procurando por si onde sentenças eram urdidas.

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