terça-feira, 22 de agosto de 2023

Reflexões do Isolamento Interior

A mente inquisitiva reconhece a fraternidade do frio,
O seu rio congela no declive da alma de si esquecida,
Qualquer sinal de sanidade dá espaço a um infindo vazio,
Sou eu então o tamanho para a pendência e a sua medida,

A ideia cabisbaixa, o sorriso lúgubre de um soturno toque,
Os pingentes de gelo que permitem a este caixão estar fechado,
Não são mais do que novas maneiras de ter uma visão e enfoque,
Pois dos passos retraçados, perseguimos um fantasma requebrado,

E eu, agoniado, partido sem ter chegado, será que algum dia chegarei?
Sorrio cansado, de lágrima no canto do olho, sendo o eterno fora da lei,
Até quando irei sem regressar, caindo em minhas próprias passadas,

Com este olhar penitente, fora da cabeça, contra estas cabeçadas,
E se eu eventualmente começar a chorar, deixem-me ir, deixem-me passar
Pois por vezes não encontro sítio, por vezes não encontro o meu próprio lugar.

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