quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Resgatado

Resgatado, fui prisioneiro da adversa pluviosidade,
Refém maldito acorrentado entre quatro paredes,
Retratado por pincéis cinzentos, sem idoneidade,
Entre labirintos internos, capturado por mil redes,

Resgatado, outrora sem visão, o fumo era nos pulmões,
E as asas eram iguais às de Ícaro, nunca iria muito longe,
Almofadado por pensamentos negros, sem ter travões,
Onde as sombras eram lar, mas o hábito não faz o monge,

Resgatado, a madrugada aproxima-se e toda a sua maravilha,
Vou trilhando entre as bermas, vem-se o sorriso ao rosto,
Tenho sonhado, pois tenho dormido, tenho sido em partilha,

E eu, resgatado, frágil e delicado, deixando o medo para trás,
Finalmente preparado para Viver, penso que paguei o imposto
Do anteriormente devido, está na hora de postergar as horas más.

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