segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Em Sonhos Éramos


Em sonhos relembro-me de calcar vidro, indo descalço, 
Também saltando sobre cinzas e rochedos, de mãos na mão,
Batendo nas portas e engolindo suas chaves num percalço,
Aonde ia beijando beatas de cinzeiros enfim dormindo no chão,

Em sonhos relembro-me de embaciar vidros com o fôlego
De mil ideais, esperando sois poentes, outras vertentes,
Cultivando o desapego, truz, truz, onde eramos resfôlego, 
Onde pretendíamos ser asas pintadas no céu e entrementes

Em sonhos éramos um pouco de luz por átomos divididos, 
Fechávamos os olhos, não obstante na cinza do dia passageiro,
O ontem torna-se um pássaro entre anseios e desejos despendidos,

Saibam que este sonhar era um outrora e um será, assim soalheiro, 
Alegria e luto ao passar, o riso e chorar sempre e sempre cândidos, 
Era Terra do Nunca nas palmas de uma criança e era o seu aguaceiro.


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