Uma mão vazia e outra por poeira preenchida,
Porém trago estórias e rascunhos na algibeira,
A leve pluma do pássaro azul pela areia tolhida,
O pedaço da alma deixado no poente e na ribeira,
Há um sorriso patente no rosto de um semblante,
O vulto potencial, o beijo factual, o perfeito olhar
Mesmo quando torna o perto em longínquo e distante,
Vai sempre se esforçando para ver a flor desabrochar,
Trazendo em abraços a fragilidade, por esta geração cedido,
Em roupas ora usadas ora estendidas, diante conferidos sóis,
Por vezes preterido porém jamais alguma vez esquecido,
Vagueando onde a Lua se põe, numa metade do coração,
E quando vem o frio esconde-se debaixo dos lençóis,
Perante a mudez dos sentidos e a passagem da estação.
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