quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Quem Tem Terra

A subtileza da sua voz, uma proporção de encantamento,
Pergunto se haverá porções que poderei levar no caixão,
Enquanto vou retendo a terra da passagem do momento,
Lembro-vos, suponho que o passado tem sido por estação,

E estas mãos têm criado logo tenho sido Deus na terra,
Que vem e me enterra, cada vez mais profundamente,
E cada fragmento que inalo torna paz o que era guerra,
A aceitação do sonho de outrora e vindouro faz o crente,

Entrementes, recordo as asas no limbo entretanto perdidas,
A busca incessante por significado, por sítio, por lugar e lar,
Sentir tantas vezes estas estocadas pelo tempo investidas,

Tantas vezes que por vezes até desconhecia onde ficar,
Por isso passava além do que eram as margens queridas,
Fazendo por esquecer o que era permitir ser ou mesmo amar.

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