quinta-feira, 12 de outubro de 2023

A Seta Quebrada

Repleto de estrelas são os horizontes distantes,
Que esta vara se levante, que conte seus contos,
A paixão de outrora, a estocada viril de um antes,
A recta rascunhada entre a certeza de dois pontos,

Esta quietude é aparente, difusa, muda e impotente,
Sem conseguir entrar, o cego por quem vê ladeado,
Ele bem quer, ele bem tenta ir e tenta ir em frente,
Porém não consegue, é velho, é de homem bocado,

Rasgado o silêncio, as noites por dias então passados,
Escrito no grito silente de quem vê a mocidade passar,
A angústia é perscrutada por vários corpos definhados,

Cicatrizes negras e profundas, o eco à serenidade destinada,
Revoltado por uma sina não esperada, a necessidade de arfar
O ar que não entra, não pujante, não libidinoso, a seta quebrada.

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