Aproxima-se o soalho por um silêncio versado,
Escrevemos em palavras minúsculas o rascunho,
Vamos indo andando aos círculos num quadrado,
E flui a poesia jorrando do sangue do cerrado punho,
Já pernoitei deste lugar, já desabrochei que nem flor,
Alonga-se a distância do caminho num beijo inacabado,
E a alma feita pássaro azul procura poiso, procura amor,
Ou pelo menos sítio onde poder ficar por mais um bocado,
As algibeiras repletas de sonhos mesmo que demore a chegada,
Por vezes a orfandade é do infante a amiga, sua longa jornada,
Estendida entre o que fui e o que serei numa inconfundível pertença,
Há abraços a arrancar ao destino, outros voos a esvoaçar, essa é a crença,
E dentro da voz do pássaro volutear, escapulir por fim ao tido como mundano,
E de tal farei meu Reino, minha doutrina não há qualquer dúvida ou engano!
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