[Trago-te no meu peito e não me pesas…]
Espera aqui, um dia voltarei em promessa,
Suas mãos vacilantes tremiam de ansiedade,
Tua cara, o teu olhar, o teu beijar me interessa,
Esteja ou não esteja no torvelinho da tempestade,
Ama-me e deixa-me morar para sempre no teu coração,
O resto é habitação esquálida, sem espaço para nosso olhar,
Confere-me abrigo, sê o porto e terás em mim toda a razão
Para levantar escombros e contra todo o mundo assim pelejar,
As minhas belas estrelas são tuas também, somos exploradores,
De galáxias ainda não descobertas e luas um dia olvidadas,
Dá-me a mão e lar será onde estivermos com olhos de pintores!
Lar será onde estivermos, chuva primaveril passageira e nós dois,
Amantes dos vales, planaltos e montanhas um dia já ultrapassadas,
Trago-te no meu peito para onde quer que vá e sobre nós dois mil sóis!
[Trago-te no meu peito e não me pesas…]
Estes, suspira-me ao ouvido estórias que o tempo foi levando,
De ventos esotéricos de outras épocas em que ia-mos lado a lado
Confesso, para alem de nossa Beleza conjunta, pouco vou almejando,
Todos aqueles instantes, todos aqueles momentos levados aos bocados...
Agradeço a impossibilidade de nosso encontro, de nossa história de amor,
E que por vezes, alguém, vê o seu caminho cruzando tal estrela cadente,
Agora que o mundo diverge, apenas te digo que ainda tenho o teu sabor
Nessa passagem tão breve que apenas realmente conhece quem a sente,
Estas palavras são fotografias para quando esqueceres a minha face,
Para quando outro tomar o meu lugar, essa elegia sem interlocutor,
Que me há-de matar, até lá sabe, fui todos que pude ser no desenlace
Da abertura da cortina para nós, a peça pode continuar, basta acreditar!
E fazer por alcançar o que parece ser o horizonte – tudo isso é Amor!
A insanidade, a dificuldade acrescida é preciso tanta coragem para amar.
[Trago-te no meu peito e não me pesas…]