Procuro por momentos que durem uma vida,
Por dias de Inverno passando por um Verão,
Nesse silêncio encontrado porções da avenida
E seus sonhos frágeis perante o sublime portão,
Por onde passa apenas quem de si é esquecimento
Pois hoje é memória de quem um dia foi o passado,
Quase acalma o fantasma e mitiga o seu tormento
Enquanto quem passa o acompanha lado a lado,
Fragmentos de passos adiante sempre ecoando,
Onde alguns se perdem e outros são encontrados
Quase nunca esperando, quase nunca abrandando,
Vamos indo e sendo por completo ou aos bocados,
Vestido a trapos d’ontem que assim se vão largando
Para o regalo de uma almofada de um amanhã embalados