Esta solidão é perfeitamente esculpida
Por mãos entorpecidas a esquecimento,
Parte da estação, parte do que é a vida
Que se vai passando a cada momento,
Por vezes a negrura não se torna passado,
Tempos que não passam de forma alguma,
Assim morrem poetas, bocado a bocado
Oferecendo-se ao vento e coisa nenhuma,
Procurando quem não quer ser encontrado,
Suspirando por ela e ela então viúva de nós
Parece que o mundo não quer ser rodopiado
Parece que os rios já não almejam pela foz
E que parte completa de nós havemos deixado
Nesta viagem tão silente onde buscamos voz.