Encontro-a no fundo desta garrafa,
Perco-a e me perco a mim mesmo,
Sei que este dia a dia assim me estafa
Por isso nublado vou trilhando a esmo,
Impregnando-me no fluido da taça,
Sorvo o néctar que um dia trará morte
Porém não sei mesmo mais o que faça,
Quem diria que um dia esta seria a sorte
De quem foi e parece nunca ter chegado,
Sorvido assim em longos contratempos
Pela perfídia do trilho em si emaranhado
Almejando aonde não me levam os ventos
Parece que estou em mim quase sepultado,
Parece que já não há vista para os firmamentos.