Cenas de cinema formam a janela,
Estendidas de moldura em moldura,
Mil instantes tal cores pincelam-na
Tocando sem tocar cheio de ternura,
Esconde-se o Sol em qualquer sepultura,
Só um pouco de ontem nesta algibeira,
Objecto do fruto de quem ainda procura
Porém já esqueceu a chuva na esteira
Que era de quem vivia à sombra do sonho
E nele era parte de fragmento maior,
Hoje o aguaceiro deixa-me tão tristonho
Que parece nada existir para além dela,
Assim se perde o sorriso e porções de cor
Enquanto que por nada se preenche esta tela.