terça-feira, 9 de agosto de 2016

O Olhar Das Pessoas Já Não Me Diz Nada

O olhar das pessoas já não me diz nada,
Vagueio, tal folha no rio, sem destino,
Perdi a ponta de esperança, o pé na estrada,
Tantas estrelas idas neste olhar clandestino,

Devagar, devagarinho o riso vai assentando,
Sou o resto que ficou não sendo levado,
E daí ninguém me ouve gritando e gritando,
Não vedes que com toda a alma hei amado?

Os passos dados parecem levar nenhures,
Ardentes sedes que não encontram extinção,
E pensar que tive lugar um dia, algures,

Uma mão caminhava alada com a minha,
E eu sorria, do mundo conhecia perdão
No longo trilho de uma vida sozinha.