sábado, 1 de outubro de 2016

Era Poeta

Era poeta pois construía pontes e não muros,
Recobrava o todo onde só havia fragmento,
Alumiando a parte do céu onde era escuro,
Sendo pincel de cor e tela para o firmamento,

Tornava em berço qualquer uma sepultura,
Seu sorriso era Sol para qualquer rosto lunar,
Assim dulcificava incansavelmente a amargura
Que o Homem esquecido de si não podia amar,

As estrelas e a Lua eram as suas melhores amigas,
Ele, trovador do azulino, sonhador do não sonhado,
A todas embalava com as suas melífluas cantigas

Frágeis e altivas com o beijo de poeta lado a lado,
Era o Amor verdadeiro esvaecendo as fadigas
Das pontes às margens que então havia cruzado.