sábado, 1 de outubro de 2016

Invadem os Olhos

Invadem os olhos poeiras de um deserto,
Lágrimas agridoces emanam desse pó,
Aonde posso ir se indo vou incerto
Sufocando em amor e seu cruel nó?

Lembro-me de quando íamos lado a lado,
De sonhos em mão, num só caminho
Pois de todo ruído me vejo enfim calado
Na berma da estrada tão totalmente sozinho,

Suspiro ainda assim por sua lembrança,
Por cada segundo passageiro no instante
De quando trazia o dia em sua leve dança

Para mim um pouco de sol era o bastante,
Para me fazer sorrir que nem uma criança
Numa nuvem longe deste inferno de Dante.