Somos sombras de um longínquo passado,
Sobras deixadas na berma da estrada
Por onde um dia fomos juntos, enamorados
E o mundo era lar, repouso, almofada,
Por ruas desertas hoje vagueando perdido,
As lâmpadas noturnas revestem o caminho
E a tua ausência dele a morte do cupido
O frio vem da falta, falta de amor, de ninho,
Esperava por ela muito antes de saber esperar,
Encostava beijos onde não havia abrigo
E morria de amores só por suspirar
E a sua memória é o mais cruel castigo,
Já nem me apetece construir ou andar
Pois do seu amor me hei tornado mendigo.