As esquinas na noite ouvem este pranto,
Ressoando seu nome, as noites de paixão,
Aquele sorriso, aquele beijo soube-me a tanto
Que já não sei se conseguirei um dia dar a mão,
Amo-te ainda Ester, sou ainda cativo dessa fragrância
Que sossega e importuna neste resfolego cansado,
Mesmo de que hoje em dia só tenhamos distância
A verdade é que de mim levaste um grande bocado,
O azul destes olhos é teu, abafa os nossos instantes
Pois agora que havemos, finalmente, terminado,
Outrora fomos do mundo seus únicos amantes!
Porém o destino e sua insanidade assim tece
Não obstante do quanto havemos tentado
O tempo continua e o mundo se esquece.