Perdido entre as fileiras de nevoeiro,
Na bruma que existe somente em mim,
Esperançando enquanto vem o aguaceiro
E a vida se desfaz mais ou menos assim,
Procuro por ela onde ela já não está,
A tristeza própria de quem almeja,
Vagueio sem rumo porque será?
Escondendo o olhar que lacrimeja,
Sou os ofendidos e os humilhados,
Os pobres diabos na berma da sarjeta,
Os fragmentos de sonhos quebrados,
Os sonhos sonhados pelo poeta
Erguidos por horizontes azulados
Envolvidos no voo da borboleta.