Desencontros de quem perdido está,
Procuro por ela neste imenso nevoeiro,
Qual o seu lugar? Estará ainda por cá?
Ou serei eu outro sonho do cangalheiro?
Amor que já não é bem amor por onde vais?
Não me deixes sozinho na berma da estrada
Sei que toda a luzência do sol já não me dais,
Então vou-me alimentado de pouco ou nada,
Do cemitério uma lápide feita para dois,
Deambulo onde a Lua já se esqueceu,
Os mortos à minha volta ouvem-me pois
Envolvendo-me numa dança meio irada,
Tocando-me num sítio que já não é meu
Ocultando a mão que já não é tocada.