Meu amor, agora que partes e me esqueces,
Perco o significado desta palavra, do amor,
Escrevo-a em minúsculas nesta triste prece,
Permitindo murchar esta minha última flor,
Esta mente, tão turva, lânguida e doente,
Não distingue sequer penumbra do sol,
Está tão baixa, tão pesarosa, dormente,
Que cria e se lança em seu próprio anzol,
Este meu olhar descrente, dúbio e traiçoeiro,
Pouco acredita no que virá então amanhã,
Por onde andarás tu oh amor verdadeiro?
Apenas visões de suor e sangue derramado,
Esperando impacientemente pela manhã
Que traga o sol da Vida, um outro Eldorado.