terça-feira, 26 de julho de 2016

Via Uma

Via uma donzela perto do mar,
Seu cabelo a onda da perdição,
Um abrigo para a tormenta sonhar,
O apressado tiquetaque de um coração,

Pela cálida areia ia de pé descalço,
Todo o meu mundo o seu refém,
Seu olhar o reflexo de um espaço
De que já não há lugar cá ou além,

A vida é cadáver e a mão beijada,
Em dia em que deixa de sair o sol,
Perde-se sonho, a esperança é quebrada,

Vai a donzela deixando o seu mundo
O poeta na sombra do seu anzol,
Recaíndo num fosso sem fundo.