Guardo-a atrás de pálpebras fechadas,
Como lembranças de um tempo passado,
Memória deixada no cinzeiro das amadas,
Quantas vezes este foi usado e quebrado,
Por ecos de ruelas tornadas vielas escuras,
Choro por quem trago neste triste coração,
O naufrágio póstumo de negras figuras
Do tempo em que íamos de mão em mão,
As saudades de quem enfim passou ao lado,
No peito há que matar esse pedaço latente,
Não viver para sempre num tempo afastado
Sem pertença ou pretenso de ir em frente,
Pois das vezes que a vida tenho evitado
Hoje só pretendo plantar nova semente.