Os vestígios de uma vida dentro do peito vazio,
Cenas moldam esta janela de azuis vidraças,
Arrancando dentes a um velho enrugado a frio
Cujos pincéis concebem palavras e garrafas,
Esperando o reencontro, vagas tal praias desertas
De quem habita somente num belo imaginário,
Assim se pavoneiam incólumes as horas incertas,
Assim esvaecem os traços e riscos deste cenário,
Sonho com os mortos que me antecederam um dia,
Com a donzela que partindo quebrou este coração,
Por restos de som outrora perdido naquela melodia,
Hoje entoada por ecos de gritos e já idos pedaços,
Esta noite pretendo aquela que me beije e dê a mão,
Esta noite só pretendo morrer nos seus belos braços.