Por onde vamos, vamos lado a lado,
De mão bem dada com a incerteza,
O coração em trapos veste-se calado
Ainda buscando por traços de beleza,
Aqui vamos com ninguém além de nós,
Nesta vigília, neste sono esta procura
Perene por vestígios de uma una voz
Enquanto não se encontra a ternura
Própria do cais de abrigo do amador,
Espera-se luz do sol vinda da aurora
E esse é o pior castigo do sonhador
Andar sem passar, imaginar o inaudito
Sem entender a passagem desta hora
E do que possa ser pelo segundo maldito.