segunda-feira, 29 de junho de 2009

Vez Após Vez – Uma Flor Se Cruzou Comigo

E o seu beijo deu-me asas, de fulgor incerto
Sonho acordado, olhar desperto
O sorriso de brilho intenso, com carinho
Mãos dadas sempre, somente um caminho

Pelo seu ramo dei mil passos, sobre estrelas
Há muito esquecidas, porém sempre belas
No seu abraço senti mundos, de cores intensas
Risos constantes, alegrias imensas

Seu olhar iluminou a luz, raiando o dia
Sua maviosa voz esboçou a única melodia
Osculando a manhã, bailando sobre o imaculado
Como se antes nunca houvesse realmente beijado

Havido então renascido eu, recriando o dia,
Para somente sentir, por genuína magia
Seu caule estremecia, uma pétala voluteava
Pó de estrela graciosamente nos flanqueava

Nunca tão esbeltas brotaram três palavras
Só a candura conhecia como prová-las
Eram azáleas póstumas de suspiros pintados
Astros decaindo sob contornos silenciados

Encetada a metade, resvalando o Estio
A melíflua essência então propagou um rio
Seu derradeiro leito percorreu o infinito
Sob um delírio estático, numa alma descrito

Hospedeira de um vivo abantesma interior
Oceanos secaram todavia granjearam cor
Sonância resignada, o silêncio ressoava
E em áscio marasmo do universo abdicava

Nesse momento o Tempo ávido regressou
Permutando uma alma, somente uma restou
Apaixonante memória áurea sempre consigo
Ensejos memoráveis, velando hoje o jazigo

Quando apenas nada havia para sentir
…Ela sentiu…
* Obrigado por me teres relembrado o sentir *

N. Ego
por joel nachio

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.